Lições da Escola Sabatina Mundial – Estudos do Quarto
Trimestre de 2011
Tema geral do trimestre: O evangelho
em Gálatas
Estudo nº 06 – A superioridade da
promessa
Semana de 29 de outubro a 05 de novembro
Comentário
auxiliar elaborado por Sikberto Renaldo Marks, professor titular no curso de
Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio
Grande do Sul – UNIJUÍ (Ijuí - RS)
Este
comentário é meramente complementar ao estudo da lição original
Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil
Verso para
memorizar: “Porque, se a herança provém de lei, já não decorre de promessa, mas foi
pela promessa que DEUS a concedeu gratuitamente a Abraão” (Gál. 3:18)
Introdução de sábado à tarde
Vamos analisar
cronologicamente os fatos. DEUS criou esse mundo numa semana. Na sexta-feira
Ele criou um casal de seres humanos, Adão e Eva. Ali Ele estabeleceu o casamento,
entre homem e mulher. Ao por do sol, Ele abençoou o sábado como sétimo dia,
para coroar como ato culminante a criação nesse planeta.
Agora vem algo
muito importante. Ao DEUS criar todas as coisas, a natureza, os animais, a luz,
a divisão entre água e porção seca, DEUS estabeleceu leis. Era para que tudo
funcionasse perfeitamente. Em Adão e Eva Ele também colocou Suas leis. Ele colocou neles a capacidade de amar a
DEUS, de se amarem uns aos outros, e de amarem a natureza. Isso significa que Ele colocou neles o desejo
de sempre fazer o bem.
Mais uma coisa
importante, Ele não deu a conhecer a eles o conhecimento do mal, isto é,
de mentir, de roubar, de matar, etc. Isso não interessava para uma vida
feliz. Portanto, inserido no amor, eles conheciam os princípios do que bem que
mais tarde foram escritos nos Dez Mandamentos. Lá no Jardim do Éden não
precisava proibir, por exemplo, não cobiçar, pois eles não conheciam essa
possibilidade, como nenhuma outra das que nós conhecemos, que se desenvolveram
após a queda. Então, por só conhecerem o bem, tanto adoravam só a DEUS, como
jamais cometeriam algum delito das proibições no que hoje conhecemos por Dez
Mandamentos. Assim sendo, eles
obedeciam ao natural a esses mandamentos, pois tinham o amor em seus
corações, e não sabiam como desrespeitá-los, a não ser, comer do fruto de
uma determinada árvore.
Quando Adão e
Eva caíram, por desobediência à proibição de DEUS, eles duvidaram do amor
d’Ele, e confiaram numa serpente, na verdade, em satanás. Logo eles
transgrediram a mesma Lei dos Dez Mandamentos que nós temos hoje, dada no
Sinai, porém, lá, posta nos corações de modo diferente, pois hoje esses
mandamentos estão, ainda, escritos em tábuas de pedra.
A partir
daquele dia, as coisas mudaram nesse mundo. Agora a lei se virou contra nós, ou melhor, nós nos viramos contra a
lei, e ela nos devia condenar. Aquilo que DEUS disse, “certamente
morrerás”, isso decorre da lei, e precisa ser cumprido. Aí vem a pergunta
óbvia: se a lei exige, e tem que exigir
a nossa morte, como por essa mesma lei, já estando condenados, poderemos ser
salvos? Impossível! Depois de ser
desobedecida qualquer lei tem que condenar, impor uma penalidade. Essa é
uma das funções de qualquer lei.
Sendo assim,
ninguém pode ser salvo por meio de lei, mesmo por meio da obediência dos Dez
Mandamentos. Por pecarmos, temos que sofrer a penalidade.
Mas houve uma
outra via. Como essa lei - a dos Dez Mandamentos, que nos tempos do Éden estava
inteirinha nos corações, pois eles desconheciam a possibilidade de matar, de
adulterar, de roubar, de mentir e de cobiçar, portanto eles seguiam esses
princípios ao natural – passou a exigir a morte deles, da perfeição do princípios dessa mesma lei veio a solução para
se evitar a morte. Para entender essa parte, um tanto complexa, precisamos
manter na mente que a lei dos Dez Mandamentos, que nesse estudo mais se
enfatiza, embora não se desconsidere as outras leis, ela deve estar no coração.
Essa lei está no coração de DEUS, pois é
a lei do amor, e DEUS é amor. Essa lei e DEUS são um só. DEUS é amor, Ele é
a lei.
Pois bem, quem
ama, não quer perder ao que ama. Adão
e Eva precisavam morrer, mas DEUS os amava. Contudo, pela lei do
amor, por estarem separados dela, precisavam morrer. Então DEUS, esse mesmo amor da lei, que forma o Seu caráter, foi ao
encontro do casal, e lhes fez uma promessa: “Eu irei morrer por vocês”
(veja Gên. 3:15). Ou, nas palavras de DEUS: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu
descendente. Este te ferirá na cabeça, e tu lhe ferirás no calcanhar.” DEUS
Se referia à serpente. Haveria uma
batalha entre a serpente e o descendente da mulher, JESUS. Essa batalha ocorreria
na cruz. E essa foi a promessa.
Entendamos
isso melhor. Vamos responder a pergunta:
de onde veio essa promessa de DEUS? Ora, é simples, veio d’Ele cumprir a lei!
Embora Adão e Eva tenham descumprido a
lei, DEUS não a descumpriu. Embora
Adão e Eva tenha duvidado do amor de DEUS, Este não deixou de amá-los.
O casal desobedeceu, mas DEUS continuou
obediente à Sua própria lei, ao seu próprio caráter. Esse é o ponto
central para entender a salvação pela fé, e não pelas obras.
Uma conclusão
importante: Adão e Eva pecaram, eles, portanto, se separaram de DEUS, até
chegaram a se esconder d’Ele. Eles não O amavam mais em plena intensidade,
e nunca mais o fariam, isso se tornou impossível. Eles tinham-se ligado a outro
senhor, e passaram a ter alguma dependência dele. Tornou-se impossível a eles, do momento do pecado em diante, de serem
obedientes, ou melhor, de amarem a DEUS tal como faziam antes. Formou-se
uma ruptura. Então tornou-se impossível para eles escaparem da morte, por pelo
menos duas razões: (1ª) havia uma dívida que deveria pagar com sua vida, e (2ª)
perderam a natureza perfeita, a do amor, já não lhes era mais possível amar em
total intensidade a DEUS, nem um ao outro, nem a natureza. Tanto é que um
passou a acusar o outro naquele mesmo dia, e logo depois já tiveram que matar
um cordeiro.
Mas, mesmo que
fosse possível a eles amarem a DEUS, a se amarem entre si, e amarem a natureza
plenamente como antes do pecado, ainda assim, isso não os salvaria, pois
havia a pendência daquele pecado, que precisava ser quitado!
Então fica,
creio, evidente e claro que não se pode ser salvo pela obediência à lei,
mesmo aos Dez Mandamentos. Logo, a nossa salvação depende daquela
promessa feita a Adão e Eva. DEUS pode
fazer isso, pois Ele o faz obedecendo a lei, isto é, Ele continua a nos amar.
Daquele pecado em diante, a devolução da vida deles passou a depender de um DEUS
obediente aos Seus princípios de governo. Passou
a depender do amor de DEUS. E esse amor, por eles e por nós, continuou
existindo. Foi por este amor que a nós foi alcançada a salvação.
Essa história da promessa se repetiu com
Abraão. O que DEUS prometeu a Adão e Eva, repetiu a Abraão e Sara,
porém, com mais detalhes. Agora Ele
promete uma pátria, uma cidade e um descendente. Esse descendente tanto se
referia a Isaque quanto a JESUS. Ou seja, Ele prometeu a salvação. E
essa salvação veio por meio da obediência de DEUS, seja ao nos prometer porque
continuava a nos amar, seja na cruz, pelo mesmo motivo. DEUS sempre obedeceu a lei, e num determinado tempo, o fez em situação
dramática, que foi na cruz. Logo, é
pela obediência d’Ele que nos prometeu coisas boas, e é por essa obediência
que podemos ser salvos.
Adão e Eva
creram na promessa de DEUS. Abraão e Sara também creram. Mas no caso do segundo
casal era bem mais difícil crer. No tempo de Adão, não havia tanta possibilidade
de tentação como no tempo de Abraão. E Adão havia saido do Éden, ele aprendera
direto de DEUS, estavam em grande vantagem se comparado a Abrão. Este vivia em
meio a parentes idólatras, e foi chamado a sair de lá. Logo, o pai biológico
nosso é Adão, mas o pai da fé, é Abraão. E
a nossa salvação vem da promessa de um DEUS que jamais deixou de nos amar,
que jamais deixou de ser obediente a Seu caráter.
- Primeiro dia: Lei e fé
Apesar das
explicações de Paulo aos judeus cristãos, sobre a superioridade da promessa de
DEUS sobre a obediência da lei por parte dos homens, ainda assim, permanecia
uma dúvida, que precisava ser sanada: será que, ao ser dada a lei dos Dez
Mandamentos e, forma de tábuas de pedra, 430 anos depois daquela promessa feita
a Abraão, isto anulou ou não a promessa?
É uma questão
importante, vital até.
O estudo de
hoje veio para dizer que a promessa não foi anulada pelos Dez Mandamentos em
tábuas de pedra. E podemos arrolar alguns argumentos nesse sentido.
a) Em
primeiro lugar, após o Sinai, a lei ficou escrita em duas pedras, que é para
que não a esquecessem, mas ela já valia antes, desde o Éden, como vimos ontem;
b) DEUS,
ao fazer a promessa a Abraão, como também argumentamos ontem, Ele o fez
seguindo os princípios da lei dos Dez Mandamentos que Ele daria ao povo israelita
mais tarde, pois se o ser humano deixou de ser integralmente obediente à lei,
DEUS não deixou, e continuou amando as Suas criaturas, embora pecadoras;
c) A
promessa que DEUS fez a Abraão era motivada pelo amor, e os Dez Mandamentos, e
até mesmo a lei cerimonial, também eram de mesma natureza, ou seja, os
mandamentos são a síntese do caráter de DEUS, que é amor, e a cerimonial, é o caminho
para a salvação por meio de CRISTO. Sendo assim, a lei posterior só confirmou o
que a promessa havia estabelecido. Em outras palavras, para que fossemos
salvos, JESUS deveria morrer por nós, e após sermos perdoados, deveríamos obedecer
a lei tal como Ele sempre obedeceu.
d) Por
DEUS ser de palavra eterna, por Ele não mudar nunca a Sua palavra, jamais se
poderia imaginar ter Ele feito uma promessa temporária, válida para um tempo,
se nela estiver incluída o Seu Filho, nessa promessa chamado “Descendente”.
e) Além de tudo isso, como a lição também
argumenta, era uma promessa do tipo testamento, ou seja, a vontade de DEUS para
com o homem, e não um acordo entre duas partes, que para se cumprir depende da
fidelidade das duas partes. O que DEUS prometeu depende somente de Sua
fidelidade, que, repetimos, está fundamentada no amor, que é o Seu caráter e é
a Sua lei, a nós apresentada em forma de Dez Mandamentos. Logo, sendo uma
iniciativa unilateral, só de DEUS, para se tornar realidade na vida das
pessoas, depende delas aceitarem, pois da parte de DEUS está tudo garantido.
Então, por
meio do estudo dos trechos de Paulo, podemos solidificar que a lei e a fé não
são inimigas. Nem uma anula a outra. Pelo contrário, a fé encontra solidez na
obediência à lei, por parte de Quem fez a promessa, pois Ele tanto é a própria
lei, quanto é fiel a ela.
- Segunda: Fé e lei
Hoje a questão
de fundo é: a fé anula a lei? A argumentação de Paulo sempre é forte. Se
olharmos apenas para um versículo dele, dá para se chegar a conclusões de
coisas que ele não defendia. Por exemplo, em Rom. 3:20, ele diz assim:
“...ninguém será justificado diante d’Ele por obras da lei, em razão de que
pela lei vem o pleno conhecimento do pecado.” Lendo apenas esse verso, o que
muitos fazem, até dá para entender que Paulo está dizendo que a lei é algo
ruim. Lendo mais esse outro “Por que lei? Das obras? Não, pelo contrário, pela
lei da fé.” (Rom. 3:27). Sinceramente, dá ou não dá para deduzir que a lei não
tem mais valor?
E agora leia
um pouco mais adiante: “Anulamos, pois, a lei pela fé? Não, de maneira nenhuma,
antes confirmamos a lei” (Rom. 3:31). Não dá mais para chegar àquela conclusão,
com toda sinceridade. Não se pode concluir nada apenas com um versículo, ele facilmente
pode ficar desvinculado de seu contexto e servir para interpretações pessoais
que estejam dominadas por outros estranhos evangelhos.
Então, o que
podemos aprender hoje?
Vamos colocar
algumas questões importantes. Se a fé anulasse a lei, a fé, ao mesmo tempo, se
anularia, pois, não há possibilidade de existir algum sistema de governo sem
lei. Também a fé deixaria de ter sentido. A fé é na promessa de DEUS, como
aconteceu com Abraão. Mas essa promessa é fundamentada em alguma coisa. No caso, DEUS a fez fundamentada em Seu
caráter, a fidelidade d’Ele a esse caráter. E a lei é a descrição desse caráter. Portanto, se a fé anulasse a lei, isso
é o mesmo que dizer que ela anulou o caráter de DEUS. Então, um DEUS
sem caráter é alguém inconfiável, que pode prometer, mas não pode cumprir.
Logo, já não existiria mais nada em que se pudesse confiar. Portanto, sem lei
também não existe promessa, nem fé.
A base da fé está na lei e na obediência
à lei, mas não da nossa parte, e sim da parte de DEUS. Ele sempre foi fiel aos Seus princípios de
caráter, e é essa fidelidade que dá força à fé.
E o que Paulo
quis dizer em Rom. 3:31, de que a fé confirma a lei? É exatamente isso, a fé
tem que ser uma confiança em alguma coisa sólida. E o que há mais sólido e permanente
que DEUS? E o que há mais sólido e permanente que os Seus princípios, que formam
a lei, dos Dez Mandamentos? Se Ele mudasse, ficaria provado que não é assim tão
poderoso a ponto de ser classificado com ‘infinito’ em Seus atributos. Portanto, DEUS nos concedeu a fé, baseada
não em nosso testemunho, mas no testemunho d’Ele. Pois Ele sempre foi, é, e sempre será fiel a lei. Logo, fica bem fácil entender isso tudo, é
pela fidelidade e pelas obras de DEUS que a salvação é estendida a nós, não
pela fidelidade e obras da nossa parte. Ora, fomos nós que pecamos, não DEUS. Ele continuou fiel a Seus
princípios.
Veja bem sobre
essa fidelidade de DEUS. JESUS tornou-Se homem, viveu como homem, morreu de
modo horrível, mas manteve-Se fiel à lei, obedeceu sempre, em todo o
tempo. Essa atitude foi uma demonstração
perante o Universo de que DEUS é fiel. Se é assim, então, como alguém pode afirmar de que a lei foi anulada?
Não faz o menor sentido, nem tem lógica. A
fé só pode confirmar a lei, pois ela vem pela fidelidade de DEUS à Sua lei.
E mais uma coisa. Quando na Bíblia se fala que ninguém se salva pelas obras da
lei, ela nunca diz: portanto, não precisa mais obedecer a lei. Em lugar algum
há a autorização de desobedecê-la e isso não significar mais pecado. Aliás,
seria ridículo JESUS morrer por nós, e logo depois dizer assim: filhinhos,
agora já morri por vós, podem desobedecer à vontade que estão todos salvos!
Quem iria rir disso seria satanás, ele diria que o reino de DEUS é um governo
sem lei, um lugar onde cada um faz o que quer sem prestar contas. É intrigante
como tem pessoas que aceitam tal doutrina.
E mais uma
coisinha: obedecer a lei sempre é bom. A Bíblia ao longo de seu texto, Antigo e
Novo Testamento, o tempo todo nos leva a obedecer a lei e praticar as suas
obras. O que ela explica, e Paulo o faz de modo bem enfático é que por essa
obediência não alcançamos o perdão de nossos pecados. É disso que se trata.
Olhando tudo
de modo um pouco diferente. Uma pessoa que obedece os princípios da lei, mas
não tem fé, ela não se salva, certo? Sim, está certo. MAS, essa pessoa vive, nesse
mundo, bem melhor que uma outra que, também não tendo fé, não obedece a lei. Portanto,
obedecer a lei sempre é bom. Mas a salvação vem pela fé. Logo, devemos buscar
as duas coisas, a fé e a obediência. Nesse caso, vivemos melhor nesse mundo
como ainda seremos salvos.
- Terça: O propósito da lei
Hoje o estudo
é sobre um trecho da Bíblia, Gálatas 3: 19 a 29. É importante ler adiante sem antes ler
esse trecho da Bíblia. Abra a sua Bíblia e leia-o, pois é vital.
Então, leu? A
que entendimento chegou? Que a lei a que se refere o trecho, valia só até
JESUS, até a Sua morte. É isso que se conclui.
Então vem a
pergunta: a que lei Paulo se refere aqui? Na lição se afirma que se refere às
duas leis. Essa pergunta já foi feita certa vez a Ellen G. White, e ela deu a
resposta. Portanto, podemos aprender dessa resposta: “Perguntam-me acerca da
lei em Gálatas. Que
lei é o aio que nos deve levar a Cristo? Respondo: Tanto o código cerimonial
como o moral, dos Dez Mandamentos. Cristo foi a base de toda a economia
judaica. A morte de Abel foi conseqüência de recusar-se Caim a aceitar o plano
de Deus na escola da obediência, isto é, salvar-se pelo sangue de Jesus Cristo,
simbolizado pelas ofertas sacrificais que apontavam para Cristo. Caim
recusou-se a derramar o sangue que tipificava o sangue de Cristo, o qual ia ser
derramado pelo mundo. Toda essa cerimônia foi preparada por Deus, e Cristo tornou-Se
o fundamento de todo o sistema. Este é o princípio da obra da lei, como aio a
levar pecaminosos instrumentos humanos à consideração de Cristo - o fundamento
de toda a organização judaica” (Mensagens Escolhidas, 233).
E, ao
contrário do que possa parecer, e que muito se tem pregado, que esse aio era
apenas a lei cerimonial. Não é assim, faltou ler o Espírito de Profecia no
lugar certo. O que diz a inspiração? “"A lei nos serviu de aio, para nos
conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados." Gál. 3:24.
Nesta passagem, o Espírito Santo, pelo apóstolo, refere-se especialmente à lei
moral. A lei nos revela o pecado, levando-nos a sentir nossa necessidade de
Cristo e a fugirmos para Ele em busca de perdão e paz mediante o arrependimento
para com Deus e a fé em
nosso Senhor Jesus Cristo” (Mensagens Escolhidas, v.1, 234)
Então vem a
explicação da razão dessa interpretação. Vamos ver o que a serva do Senhor diz.
“Não há segurança nem repouso nem justificação na transgressão da lei. Não pode
o homem esperar colocar-se inocente diante de Deus e em paz com Ele, mediante
os méritos de Cristo, se ao mesmo tempo continua em pecado. Tem de deixar
de transgredir, e tornar-se leal e verdadeiro. Ao olhar o pecador para o grande
espelho moral, vê seus defeitos de caráter. Vê-se a si mesmo tal qual é,
maculado, corrupto e condenado. Sabe, porém, ele que a lei não pode, de modo
algum, remover a culpa ou perdoar ao transgressor. Tem de ir mais longe que
isso. A lei é apenas o aio para levá-lo a Cristo. Tem de ele olhar para seu
Salvador, o portador dos pecados. E ao ser-lhe revelado Cristo na cruz do
Calvário, morrendo sob o peso dos pecados de todo o mundo, o Espírito Santo lhe
mostra a atitude de Deus para com todos os que se arrependem de suas
transgressões. "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu
Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida
eterna." João 3:16” (Mensagens Escolhidas, 213).
Agora, creio
que fica fácil entender porque o aio é mais a lei moral que a cerimonial. Vamos
resumir de forma simples. Pela lei moral
nos vemos como pecadores, necessitando de um Salvador. Ela nos revela que pecamos, e que só o Salvador pode nos tirar dessa
situação. Nesse processo, a lei cerimonial apenas serve para dizer que de
fato, JESUS é o cordeiro de DEUS, mas ela, sem a lei moral, nem faria sentido. Logo, as duas leis se encontraram na cruz,
uma exigindo o perdão, que é a lei moral, e outra dizendo, Ele vem para nos
perdoar, que é a lei cerimonial. Pois bem, agora pense um pouco: uma dessas
duas de fato foi abolida. Qual será, a que exige o perdão? Ou a que dizia, Ele
vem para nos perdoar? Fica fácil a resposta, pois, se a que exige o perdão, que
é a lei dos Dez Mandamentos, fosse abolida, então segue que JESUS teria morrido
pelos pecados dos que transgrediram somente até aquele dia, mas depois, não
havendo mais essa lei, se poderia pecar a vontade, que estaríamos salvos,
independente da morte de JESUS. Dá para entender a confusão que esse pensamento
cria? Pois e é essa a confusão reinante entre as igrejas de Babilônia, em
nossos dias!
Vamos refletir
sobre esse texto de Ellen G. White: “Quando a mente é atraída para a cruz do
Calvário, Cristo, por visão imperfeita, é discernido sobre a vergonhosa cruz.
Por que morreu Ele? Em conseqüência do pecado? Que é pecado? A transgressão da
lei. Então se abrem os olhos para ver o caráter do pecado. A lei foi
quebrantada mas não pode perdoar o transgressor. É nosso aio, condenando, à
punição. Onde o remédio? A lei impele-nos a Cristo, que foi erguido sobre a
cruz a fim de que fosse habilitado a comunicar Sua justiça ao homem caído e
pecador, apresentando assim os homens a Seu Pai em Seu caráter justo”
(Mensagens Escolhidas, 341).
- Quarta: A duração da lei de DEUS
No estudo de
hoje, vamos dar preferência ao poder de quem recebeu, mais que nós, o
conhecimento de DEUS sobre o assunto da duração da lei de DEUS. Que fale a
serva do Senhor, nas citações abaixo.
“Ao pecador
era impossível observar a lei de Deus, a qual é santa, justa e boa; mas essa
impossibilidade foi removida pela comunicação da justiça de Cristo à pessoa
arrependida e crente. A vida e a morte de Cristo em favor do homem pecaminoso
tinham por finalidade restaurar o pecador à aprovação de Deus, comunicando-lhe
a justiça que satisfizesse as reivindicações da lei e encontrasse aceitação da
parte do Pai.
“Sempre foi,
porém, o propósito de Satanás invalidar a lei de Deus e deturpar o verdadeiro
significado do plano da salvação. Conseqüentemente, ele originou a falsidade de
que o sacrifício de Cristo na cruz do Calvário tinha por finalidade livrar os
homens da obrigação de guardar os mandamentos de Deus. Ele tem impingido ao
mundo o engano de que Deus aboliu Sua constituição, lançou fora Seu padrão
moral e invalidou Sua santa e perfeita lei. Caso houvesse feito isso, quão
terrível teria sido o custo para o Céu! Em vez de proclamar a abolição da lei,
a cruz do Calvário proclama retumbantemente o seu caráter imutável e eterno. Se
a lei pudesse ser abolida e mantido o governo do Céu e da Terra e dos
incontáveis mundos de Deus, Cristo não precisava ter morrido. A morte de Cristo
destinava-se a resolver para sempre a questão da validade da lei de Jeová.
Tendo sofrido toda a penalidade por um mundo culpado, Jesus tornou-Se o
Mediador entre Deus e o homem, para restaurar a pessoa arrependida ao favor de
Deus, concedendo-lhe graça para guardar a lei do Altíssimo. Cristo não veio
destruir a lei ou os profetas, mas cumpri-los ao pé da letra. A expiação do
Calvário vindicou a lei de Deus como santa, justa e verdadeira, não somente
diante do mundo caído, mas também diante do Céu e perante os mundos que não
caíram. Cristo veio engrandecer a lei e torná-la honrosa” (Fé e obras, 119).
“Através das
artimanhas do grande apóstata, o homem foi levado a separar-se de Deus, cedendo
às tentações do adversário de Deus e do homem, cometendo pecado e quebrantando
a lei do Altíssimo. Deus não podia alterar um jota ou um til de Sua santa Lei a
fim de aceitar o homem em Sua condição caída, pois isto lançaria descrédito sobre
a sabedoria de Deus em estabelecer uma lei através da qual governar o Céu e a
Terra. Mas Deus podia dar o Seu Filho unigênito para Se tornar o Substituto e
fiador do homem, para sofrer a penalidade merecida pelo transgressor, e
creditar à pessoa arrependida Sua justiça perfeita.
“Cristo Se
tornou o sacrifício imaculado em favor de uma raça culpada, tornando os homens
prisioneiros da esperança, de modo que, por intermédio do arrependimento
perante Deus, por terem quebrantado Sua santa Lei, e por meio da fé em Cristo
como seu Substituto, Fiador e Justiça, eles possam ser trazidos de volta à
lealdade a Deus e obediência a Sua santa Lei. ...
“A vida e
morte de Cristo em favor do homem pecaminoso tiveram o objetivo de restaurar o
pecador ao favor divino, imputando-lhe a justiça que satisfaria as exigências
da lei, e encontraria aceitação por parte do Pai. Mas o objetivo de Satanás
sempre foi o de anular a Lei de Deus e perverter o verdadeiro significado do
plano da salvação. Ele, portanto, deu origem ao falso ensino de que o
sacrifício de Cristo na cruz do Calvário tinha por objetivo libertar o homem da
obrigação de guardar os mandamentos de Deus. Ele transmitiu ao mundo o engano
de que Deus abolira Sua constituição, desprezara Sua Lei Moral, e anulara Sua
santa e perfeita Lei. Que terrível preço teria sido pago pelo Céu se Ele
tivesse feito isto!
“Em vez de
proclamar a abolição da lei, a cruz do Calvário proclama em som ribombante o
seu caráter imutável e eterno. Pudesse a Lei de Deus ter sido abolida, e mantido
o governo do Céu, da Terra, e dos inumeráveis mundos, Cristo não precisaria ter
morrido. A morte de Cristo devia esclarecer para sempre a questão da validade
da lei de Jeová. Tendo sofrido a penalidade total de um mundo culpado, Jesus Se
tornou o Mediador entre Deus e o homem, a fim de restaurar a alma arrependida
ao favor divino por meio da graça que lhe é concedida para guardar a lei do
Altíssimo.
“Cristo veio
não para destruir a lei ou os profetas, mas para cumpri-los à risca. A expiação
do Calvário reivindicou a lei de Deus como sendo santa, justa e verdadeira, não
apenas perante o mundo caído, mas perante o Céu e os mundos não caídos. Signs
of the Times, 20 de junho de 1895”
(Refletindo a CRISTO, MM: 1986, p. 45).
“Os pecados
das igrejas populares acham-se caiados. Muitos dos membros andam em grosseiros
vícios, e acham-se embebidos em iniqüidades. Caída é Babilônia e tornou-se
habitação de toda ave imunda e aborrecível! Os mais revoltantes pecados da
época se abrigam sob a capa do cristianismo. Muitos proclamam a abolição da lei
de Deus, e certamente sua vida se acha em harmonia com essa fé. Se não há lei,
então não há transgressão, e portanto não há pecado; pois o pecado é a
transgressão da lei” (Testemunhos seletos, v. 1, p. 439 e 440).
- Quinta: A superioridade da promessa
Paulo em sua
maneira indireta de escrever facilita confusão no que ele quer dizer. Vamos
buscar o entendimento mais ou menos simples do trecho em estudo hoje, que é Gálatas
3: 16 a
19. Vamos por partes:
a)
“Qual, pois, a razão de ser da lei? Foi adicionada por
causa das transgressões, até que viesse o descendente a quem fez a promessa...”
O motivo de DEUS ter dado os Dez Mandamentos e as outras leis no Sinai, foi
porque o povo estava saindo de um paganismo dos mais obscuros e tenebrosos.
Aqueles egípcios acreditavam em deuses inoperantes, tinha rituais e adorações
inúteis. Agora o povo precisava de lições firmes e impressionantes para lhes
mostrar a diferença entre o DEUS deles e os deuses egípcios. Ele já havia feito
impressionantes demonstrações de poder por meio das pragas. Agora Ele lhes
daria os Dez Mandamentos e as leis cerimoniais e civis de modo que ficasse
claro quem é esse DEUS. Havia um período de tempo diferenciado para a lei, até
que viesse o Descendente, que era JESUS. A lei, essa palavra, refere-se ao
conjunto dos Dez Mandamentos mais a lei cerimonial, bem como as leis civis. Elas
vigoravam juntas, até JESUS ser morto. Daí
em diante, vigorava só a que sempre vigorou, a única que existia antes do
pecado, a lei do amor, organizada para este mundo em forma de Dez Mandamentos.
Não poderia esta ser abolida, pois, foi bem esta lei que, desobedecida, fez
ocorrer a entrada do pecado no mundo. Foi por causa da transgressão desta lei que
JESUS veio morrer por nós. A cerimonial foi agregada aos Dez Mandamentos para
demonstrar a necessidade de sacrifício por parte de JESUS. Tal lógica não é
difícil de entender.
b)
“...e foi promulgada por meio de anjos, pela mão de um
mediador.” Quando a lei foi promulgada, isso ocorreu no monte Sinai, houve uma
solenidade espetacular. Além das manifestações da natureza, uma multidão de
anjos estava presente, e DEUS concedeu a lei.
c)
“Ora, o Mediador não é de um, mas DEUS é um.” DEUS não
concedeu a lei por meio de um mediador, esse mediador era Ele mesmo.
Depois Paulo
continua explicando que a lei não é contrária às promessas de DEUS. Pelo
contrário, tanto essas promessas, quanto a lei são coerentes entre si. Explica
ainda que a lei não seria promulgada para dar vida, isto é, para perdoar, mas,
portanto, a obediência a ela, por alguém puro, poderia dar vida. Esse alguém é
JESUS. Por isso, recebemos a vida eterna por meio da fé nesse mediador, que deu
a lei, que a cumpriu, e que foi morto por nós.
- Aplicação do estudo – Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:
Que diferença
é essa, da proclamação majestosa da lei de DEUS no Sinai, diante da comunicação
discreta, suave e sem cenas impressionantes, do Seu amor no Éden, quando o
primeiro par foi criado? Que diferença é essa entre ao incrível detalhamento da
lei cerimonial dado no Sinai, ante a simples cerimônia de sacrifício de um
cordeiro como foi ensinado a Adão e Eva, naquele dia do pecado?
Eram dois
cenários bem diferentes. Adão e Eva recém pecaram. Não havia paganismo, nem
degradação, como no tempo do Egito. Eles eram ainda bem inocentes. E a sua
inteligência para entender os fatos ainda era original. O pecado recém estava
se manifestando. No mundo, Adão e Eva recém haviam saído do Jardim do Éden, de
onde traziam boas lembranças.
No Sinai, eles
haviam recém saído do Egito, de onde traziam más lembranças, onde haviam
aprendido sobre idolatria. Eles mesmos eram bastante ligados a cultos pagãos. E
se haviam envolvido, como escravos, em corrupção e violência. Uma situação era
ensinar sobre a redenção a Adão e Eva, outra, bem diferente, àquele povo
numeroso e aviltado no pecado. Uma coisa era proteger Adão e Eva dos pecados,
outra bem diferente, proteger o povo de Israel, cercado de inimigos. A
capacidade intelectual de Adão e Eva era umas 20 vezes superior à daquele povo.
E tem mais,
tanto os ensinos dados a Adão e Eva, quanto os dados no Sinai, são para os
filhos de DEUS ao longo dos tempos, até nós. E nós vivemos como dentro de uma
lata de lixo moral, um mundo em que, para se subsistir em obediência a DEUS, só
mesmo estando firmes com Ele, e tendo muito conhecimento vindo da parte d‘Ele.
Os Dez
Mandamentos foram dados detalhadamente no Sinai, em tremenda solenidade. Isso
não quer dizer que eles não existiam antes. Temos evidências de que eram integralmente
obedecidos, tanto que, por exemplo, Caim foi severamente advertido e condenado
por DEUS por ter assassinado seu irmão. Aliás, idolatria, adultério,
assassinato, roubo, mentira e cobiça são incompatíveis com o amor. De modo que, a quem ama, e sabe amar, não precisa
explicar que não pode fazer algum mal à quem ele ama. Isso é evidente, faz
parte do amor. No entanto, o que você acha que os israelitas escravos entendiam
sobre amor? E o que as pessoas entendem, hoje sobre essa palavra? Quando as
pessoas, hoje, dizem, fazer amor, referem-se a sexo livre. Entendeu a
degeneração da raça humana? Portanto, para níveis de degeneração tão
acentuadas, já estamos chegando a uma situação que nem mesmo os Dez
Mandamentos, em seus detalhes, são compreensíveis por parte de muitos, mesmo
cristãos.
Por isso DEUS
detalhou, tanto os Dez Mandamentos quanto a lei cerimonial, e ainda deu outras
leis complementares, que no Céu nem são necessárias. Esse é o contexto. Nesse
ponto de nossas reflexões, creio que podemos chegar a uma conclusão óbvia, isto
é, inteligente: Se a lei do amor foi desobedecida no Jardim do Éden, a
desobediência foi aos Dez Mandamentos, pois esse é o formato da lei do amor
dado no Sinai. Então, se essa lei foi desobedecida, logo após, no mesmo dia,
DEUS introduziu uma outra lei a cerimonial, que Ele também detalhou no Sinai. Essa outra lei não existia por ocasião
do pecado. Então, qual dessas
duas deve ser permanente, e qual deve ser temporária?
Segundo
questionamento. Se os Dez Mandamentos
foram desobedecidos, como é que alguém poderia ser salvo, depois de os
desobedecer, por meio de obediência? Ora, uma lei sempre deve condenar a
quem a infringe, nunca absolver?
Ficam claras
essas questões?
Por isso precisamos da fé para sermos
salvos!!!
escrito entre: 28/08/2011 a 04/09/2011
revisado em 05/09/2011
Declaração do professor Sikberto R. Marks
O Prof. Sikberto Renaldo
Marks orienta-se pelos princípios denominacionais da Igreja Adventista do
Sétimo Dia e suas instituições oficiais, crê na condução por parte de CRISTO
como o comandante superior da igreja e de Seus servos aqui na Terra. Discorda
de todas as publicações, pela internet ou por outros meios, que denigrem a
imagem da igreja da Bíblia e em nada contribuem para que pessoas sejam
estimuladas ao caminho da salvação. O professor ratifica a sua fé na
integralidade da Bíblia como a Palavra de DEUS, e no Espírito de Profecia como
um conjunto de orientações seguras à compreensão da vontade de DEUS apresentada
por elas. E aceita também a superioridade da Bíblia como a verdade de DEUS e
texto acima de todos os demais escritos sobre assuntos religiosos. Entende que
há servos sinceros e fiéis de DEUS em todas as igrejas que no final dos tempos
se reunirão em um só povo e serão salvos por JESUS em Sua segunda vinda a este mundo.
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