sábado, 26 de março de 2011

Comentário da Lição - Prof. Sikberto Renaldo Marks - Lição 1 - 2º Trim. 2011

Lições da Escola Sabatina Mundial – Estudos do Segundo Trimestre de 2011
Tema geral do trimestre: Vestes da Graça
Estudo nº 01 – No tear do Céu
Semana de 26 de março a 02 de abril
Comentário auxiliar elaborado por Sikberto Renaldo Marks, professor titular no curso de Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ (Ijuí - RS)
Este comentário é meramente complementar ao estudo da lição original
www.cristovoltara.com.br - marks@unijui.edu.br - Fone/fax: (55) 3332.4868
Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil


Verso para memorizar:Como são felizes aqueles que têm suas transgressões perdoadas, cujos pecados são apagados!” (Rom. 4:7, NVI).

Introdução de sábado à tarde
A linguagem humana é toda simbólica da respectiva realidade. As palavras que usamos para nos comunicar não são a realidade em si, mas simbolizam essa realidade. Por exemplo, a palavra mesa não é uma mesa, mas por ela sabemos do que se trata.
Os seres inteligentes utilizam muitos outros símbolos além das palavras. Por exemplo, dizer que “está tudo azul” não tem nada a ver com essa cor, e sim, que tudo vai bem. Os símbolos enriquecem a compreensão das coisas e são um recurso interessante dos seres inteligentes.
Nesse trimestre estudaremos os símbolos relacionados com o vestuário. Não somos exatamente o que vestimos, mas transmitimos aos outros o que somos, em grande parte, pelo que vestimos. Com o tempo, vamos nos tornando conforme nos vestimos, e isso é incontestável. Por isso tanto se fala das vestes brancas dos salvos, pois o branco é símbolo de pureza, assim como, na Bíblia, o vermelho nas vestes é símbolo de pecado.
O verso dessa semana tem um significado importante. Ele ensina que aqueles homens ou mulheres que tiveram seus pecados perdoados são felizes. Isso quer dizer, felizes porque podem ter a certeza de que a vida eterna os aguarda. Podem estar confiantes de que há outra vida além dessa que é passageira, uma vida em que só teremos motivos para nos alegrar. Por isso, aqui mesmo, antes de recebermos a recompensa da fé, embora ainda em situação de pecadores, já podemos ser felizes se não tivermos nos livros do Céu registro algum dos pecados que cometemos. Esse é um assunto importante para se estudar, e será nessa semana que nos aprofundaremos nele.


  1. Primeiro dia: Olhando-se no espelho
A lição traz uma história de mau testemunho. Vou relatar outra, verdadeira. Dirigia o carro na cidade, por uma avenida rápida de duas vias em cada sentido. À frente estava um irmão, responsável pela colportagem. Repentinamente ele parou o carro, na pista mesmo, e estendendo o braço, começou a falar com uma pessoa do outro lado da rua. Como vinha atrás, tive que dar uma forte freada e desviar para a direita, empurrando outro carro ainda mais à direita. A outra opção era bater. No vidro traseiro do carro dele havia um enorme adesivo sobre a breve volta de JESUS CRISTO. Que testemunho contraditório consegue dar uma pessoa desleixada no trânsito.
Há bons testemunhos e maus testemunhos. Os bons geralmente são produto de grande esforço espiritual, e entrega diária, muita oração e zelo pelas coisas de DEUS. Mas os maus testemunhos são, geralmente, puro relaxamento, indiferença com o que é santo. Certa vez passei por forte constrangimento na Reitoria da Universidade, devido ao comportamento de um estudante que saiu pelas pensões da cidade, dizendo que iria se hospedar, mas depois não foi a nenhuma delas. Então as pensionistas se queixaram para a Pró-reitora Acadêmica, que foi ver quem era. O rapaz havia feito o vestibular em horário diferenciado do sábado, por se adventista. Que situação negativa para os demais adventistas de bom testemunho.
Precisamos nos olhar no espelho espiritual, para ver como estamos testemunhando. Precisamos ver se a imagem que estamos espalhando aos que nos observam é boa, ou se é trapo de imundícia. Para quem ainda não sabia, a expressão “trapo de imundícia” naqueles tempos bíblicos significava pequeno pano que as mulheres utilizavam durante a menstruação. Hoje se compararia ao absorvente higiênico usado, e talvez, também ao papel higiênico depois de usado. Que comparação a Bíblia faz! Se o nosso proceder, a nossa obediência aos princípios divinos, se o modo como vivemos em relação ao conhecimento da verdade que temos é comparável a um absorvente higiênico, então, sem dúvida, precisamos de algum poder superior para que sejamos transformados.
Somos pecadores, de natureza pecadora. Isso quer dizer, temos uma tendência natural a gostar e fazer o que não presta. É bom que saibamos disso. Não podemos confiar em nossa força ou em nossa capacidade de fazer o bem. Não temos essa capacidade. Além de sermos fracos para o que é correto, ainda estamos inseridos num ambiente onde tudo conduz ao pecado. Por certo o estudo dessas lições nos ajudará a olharmos no espelho que é a Bíblia e também a encontrarmos as manchas dos pecados, e ainda, também a tomarmos uma atitude prática diante da situação observada.

  1. Segunda: Justiça imputada
Qual é mesmo a nossa situação? Vamos tentar descrever. Em primeiro lugar, a palavra mais apropriada para nos identificar é: pecador. Todos nós somos pecadores, e com exceção de JESUS CRISTO, nenhum ser humano nascido nesse planeta nunca pecou. Aliás, nós, diferentemente de JESUS, já nascemos pecadores. Isso é bem curioso, mas fácil de explicar. Um bebê, que nunca fez nada de errado na sua curta vida, ao nascer, já é um pecador. Aliás, ao ser gerado, isso já foi em pecado. Mas como pode ser isto?
É simples. Um casal de pecadores não consegue gerar um ser perfeito. Isso é completamente impossível. Mas um ser perfeito pode se tornar pecador, porém, a reversão é impossível. Da perfeição se pode ir em direção à imperfeição, mas da imperfeição jamais alguém poderá ir, por si mesmo, à perfeição.
Vamos explorar um pouco essa questão, de uma vez pecador, sempre pecador – exceto se for de todo transformado. Vamos a uns exemplos. Um pecador morre, e ele não tem opção alguma de, por si mesmo, evitar a morte. Pecadores envelhecem, e por mais que recorram a cirurgias plásticas, não adianta, é impossível evitar a morte. Uma vez tendo cometido um só pecado, torna-se mortal. Por mais que depois de se arrepender obedeça sempre, não conseguirá pelo fato de obedecer reverter sua situação mortal.
Um pecador falha. Por mais que os homens e mulheres aperfeiçoem a ciência, a tecnologia etc., o que qualquer pecador faz é passível de falhas. É o caso dos aviões para citar um exemplo. Há máximo esmero ao fabricá-los, mas não são perfeitos. Vez por outra um deles cai.
Um pecador também é pouco inteligente. Os antediluvianos que herdaram ainda a vitalidade de seus pais originais, possuíam uma vitalidade vinte vezes superior aos seres humanos mais capazes de nossos dias. E ainda assim, cometiam graves falhas, e sua inclinação era sempre para o mal.
Sendo assim, como pode um pecador ser salvo? Por pior que seja a nossa situação, a solução é bem fácil. É como costumo dizer: assim como é fácil se perder, também é fácil se salvar. O difícil da salvação foi reservado a CRISTO. Este sim, sofreu para que alguém pudesse ser salvo. Mas pecadores, em geral, querem ser salvos sem, no entanto, abrir mão do mundo.
Um pecador para ser salvo precisa ser considerado justo. Pessoas com pendências de pecados a serem perdoados jamais se salvarão. Mas se um pecador, por pior que forem seus pecados, for considerado justo, então ele se salva. E ser considerado justo chamamos elegantemente “justiça imputada”, uma expressão que poucos sabem o que é. Ela significa que DEUS nos considerou justos a partir da justiça de JESUS, nosso irmão. Em outras palavras, como JESUS viveu nessa terra como um ser humano, igualzinho a nós, mas não pecou, ele obviamente foi justo. É de se lembrar que Ele não nasceu pecador, mas na condição de Adão antes de pecar. Se tivesse nascido pecador, nada poderia fazer por nós, nem mesmo por Ele, e estaria em igual situação a de todos os pecadores. Ele viveu sendo perseguido pelo inimigo, mas nunca falhou – ao contrário de Adão e Eva. Ou seja, Ele foi justo, isto quer dizer, obedeceu em todo o tempo, em tudo. Portanto, Ele foi um ser humano justo.
Ora, justiça imputada é simplesmente atribuir a um pecador essa justiça que CRISTO demonstrou em Sua vida. É evidente que DEUS imputará a tal justiça se o pecador desejar, ou seja, se se arrepender de seus pecados.
Esse foi o caso de Abraão. Esse homem simplesmente creu na promessa de DEUS, e isso lhe foi atribuído (ou imputado) como justiça. Portanto, imputar, atribuir ou conceder é como um presente de DEUS, de graça, a quem deseja receber esse presente. Desse presente depende a nossa vida eterna.
Mas a vida de uma pessoa para ser salva não pode ficar só na justiça imputada. Alguns pregadores estilo ômega da apostasia, em nossa igreja, enganam os membros enfatizando somente essa justiça imputada. Fazer isso é o mesmo que aceitar a seguinte declaração: uma vez salvo, salvo para sempre. E isso não é verdade. O correto é dizer: uma vez salvo, salvo até que cometa o próximo pecado. Ou seja, tendo sido perdoado dos pecados anteriores, se nunca mais pecar (o que é impossível), estará salvo, mas se pecar outra vez vai necessitar outra vez de perdão. Portanto, agora entra a tal da justiça comunicada, ou seja a ação do ESPÍRITO SANTO de gradativa transformação da vida da pessoa, tornando-se ela cada vez menos propensa a pecar. Isso é a vida de santificação. Pela transformação a pessoa vai se afastando do desejo de pecar, vai se tornando cada vez mais parecida a JESUS. É essa mudança de vida que devemos procurar ver se está acontecendo ao olhar para o espelho da Bíblia.

  1. Terça: Sem a Lei
Qual o papel da fé na salvação?
Qual o papel da lei na salvação?
Qual o papel da graça na salvação?
Qual o papel das obras na salvação?
Vamos estudar isso mais uma vez. Já foi estudado em várias lições anteriores. Porém, poucas pessoas de nossa igreja têm a compreensão simples e correta desses pontos relacionados com a salvação. Tentaremos ser simples nas explicações.
Há dois conjunto nesses quatro itens. Um que salva e outro que só tem a ver com a salvação, mas em si, não salva. O que salva é a graça e a fé, o que não salva, mas tem a ver com a salvação é a lei e as obras.
Veja bem a coerência desses dois grupos. A graça e a fé são complementares entre si. E, curiosamente, a lei e as obras também são complementares entre si. A graça e a fé são dons de DEUS que nós devemos pegar, segurar como dois preciosos presentes. A graça é DEUS nos dando a salvação pelos méritos de JESUS. Graça, o nome já diz, é de graça e é um presente em extremo interessante, agradável, promissor, desejável. E a fé, o nome também já diz, é crer, aceitar, querer, acreditar, confiar. A fé, assim como a graça, vem de DEUS, mas cabe a nós aceitar a graça e cultivar a fé para que ela cresça e se torne forte. Ela é como uma sementinha que pode germinar e crescer muito, e se tornar grande e poderosa na vida de uma pessoa. A graça e a fé são complementares porque uma é um presente que significa vida eterna, e a outra é um presente que significa que se confia, ou, que se aceita e deseja a vida eterna.
Já a lei e as obras, são também complementares, mas não salvam; porém, a salvação depende delas. Difícil? Não, mas bem fácil!
A função da lei se mostra em duas frentes: 1ª) Pela obediência (obras da lei) garantir a vida eterna de quem é puro, isto é, que nunca pecou. Em outras palavras, pela obediência não pecar nunca e viver eternamente. 2ª) Mas se pecar, a coisa muda. Então a lei exige punição, e nesse caso, a punição é uma só: a morte eterna. Entendeu? Enquanto houver obediência à lei, ela protege da morte, mas assim que peca pela primeira vez, ela condena.
Toda lei é assim. E tem que ser assim. Se uma lei não prever condenação ao desobediente, essa lei não vale nada, pois não tem poder algum. Ou seja, estaremos numa situação de impunidade. É o caso de muitas leis no Brasil, como a lei seca, que bem poucos obedecem, e dos muitos que a desobedecem, a maioria jamais é punida. Por isso essa lei vale bem pouco. Mas não é assim com a lei de DEUS. Portanto, fica bem claro, a lei de DEUS não pode salvar, tem que punir, ou não é lei.
Diante dessa situação só houve uma única via para salvar o ser humano caído em pecado, ou seja, por ter desobedecido a lei tornou-se pecador, e mortal. Aproveito para dizer aqui que satanás, que combate a Lei de DEUS, mentindo sempre, diz que no homem há uma alma, algo como um espírito, que é imortal. Isso é o mesmo que dizer que a lei não vale nada, pois se há pecado e só o corpo morre, mas uma essência permanece viva para ir a uma condição melhor, então estamos em condições de impunidade. A tal morte só do corpo físico seria apenas a libertação de uma alma, tornando-a livre das limitações desse corpo. Se isso fosse verdadeiro, a morte de JESUS pelos seres humanos teria sido uma gafe celestial. DEUS teria cometido um erro bobo, pois o sacrifício de JESUS seria desnecessário. Na verdade a mentira de satanás a Eva: “é certo que não morrereis”, seria uma verdade, e o mentiroso nessa história toda seria DEUS, não satanás. Com um pouco de lógica se pode questionar tanto a farsa da imortalidade da alma quando da independência de um espírito do corpo.
A única via para salvar o ser humano era um membro da Trindade, no caso JESUS, vir à Terra, viver como homem, obedecer a lei de DEUS sem uma falha, sem uma desobediência, ou, sem nenhum pecado, e mesmo assim, ser morto pelo ser humano em lugar dele. Sendo isso feito, então DEUS tomou uma decisão: Ele poderia perdoar os pecados dos seres humanos, e torná-los justos, como se nunca houvessem pecado. Esse tornar justos é a graça, um presente de DEUS, tipo assim: agora vocês que creram são considerados justos porque JESUS, um irmão de vocês demonstrou justiça pela total obediência à lei. Assim sendo, tendo um membro da raça humana, JESUS, obedecido, DEUS resolve atribuir justiça a todos quantos crerem nesse homem e aceitarem ser transformados pelo ESPÍRITO SANTO. Assim, na salvação há participação dos três membros da Trindade.
Resumindo: DEUS nos atribui a justiça de CRISTO porque nos ama. E afinal o que é a lei, senão amar?
Vamos então meditar mais um pouco sobre a lei. Veja bem o seguinte: se a lei é amor, como é que ela condena quem desobedece? É bem fácil entender. Desobedecer a Lei de DEUS é, de alguma forma, deixar de amar. Portanto, há ruptura no amor, um desligamento. Assim sendo, desligado do amor de DEUS, naturalmente nos tornamos mortais. A vida vem do amor. Lembre-se, DEUS cria vida por amor; nós, seres humanos, somos capazes de gerar vida por amor. A Lei de DEUS tem a ver com a vida eterna. Enquanto amarmos, estaremos ligados ao doador da vida, e viveremos. Mas o pecado é uma separação, passa do amor para o ódio, uma outra natureza, que é mortal, pois pelo ódio se ligou a satanás, que é apenas uma criatura sem ter poder para garantir vida eterna.
Então, agora, veja só que coisa maravilhosa. A mesma lei que desobedecida, ou seja, tendo-nos separado de DEUS nos condenou à morte, é a que levou DEUS, a nos continuar amando, vindo por ela JESUS sofrer como homem e morrer na cruz, e nos salvar. Outro, não nós, teve que ser como um de nós, e obedecer integralmente para que a Sua justiça pudesse ser a nós concedida. Portanto, aqui está o ponto central de tudo: nós desobedecemos, mas DEUS não desobedeceu. Ele continuou firme nos amando, e tamanho foi o Seu amor por nós, e o de JESUS, que Este veio a esta Terra morrer por nós. Então fica aqui bem claro que quem teve que obedecer no processo de salvação foi JESUS.
Muito bom até aqui, mas depois que recebemos a graça e estamos crendo, tendo fé, daí não precisa mais obedecer? É o contrário, precisa sim obedecer. Isso também não é difícil de entender. Imagine a seguinte situação: você se arrependeu de seus pecados. Recebeu a graça, portanto, foi justificado, não tem mais pecados em seu registro no livro do Céu. Aí, dois dias depois peca outra vez. Nesse caso, continua salvo? De modo algum, está de novo perdido, pois o salário do pecado é a morte em todas as situações de pecado. Se Adão e Eva que estavam na perfeição ao pecarem se tornaram mortais, quem somos nós, imperfeitos, só porque nos foi concedida a graça, não perderemos mais a vida eterna se pecarmos outra vez? Não é assim, recomeça tudo outra vez; precisa se arrepender outra vez e precisa novamente receber a graça para justificar esse pecado, ou vai continuar condenado pela lei, isto é, separado de DEUS, na condição de mortalidade.
Então, concluindo o dia de hoje, entende-se da seguinte maneira:
ð  Uma vez pecador é mortal, pois se desligou da fonte da vida que é o amor, que é DEUS;
ð  Mas DEUS continuou amando;
ð  E JESUS, por causa desse amor, morreu em lugar do pecador;
ð  DEUS, de tanto que ama, concede a justiça da vida de CRISTO a todo pecador que se arrependa. Isto é a graça;
ð  O pecador, pela fé, deseja e aceita essa justiça;
ð  Até aqui o pecador deixou de ser pecador, portanto, está salvo se ... (veja sobre isto mais adiante);
ð  Então o pecador, arrependido, perdoado, sendo transformado, perde o desejo de continuar pecando, e isto são as obras da lei;
ð  Se o ex-pecador não pecar mais, continuará salvo!!
Portanto, a graça é para salvar o pecador da condenação da lei, e as obras da lei é para o ex-pecador continuar salvo até que JESUS venha, e não se torne outra vez pecador, condenado a morrer. Uma pessoa que pela fé recebe a graça, e depois disso busca não pecar mais, vai sendo transformada para ter cada vez mais capacidade de não pecar. Isto é o desligamento das coisas da Terra e a ligação às coisas de cima, do Céu, tornando-se no caráter cada vez mais semelhante a JESUS. Um dia, quando JESUS voltar, o que faltar para ser transformado será completado. Então sim, o já ex-pecador se tornará perfeito, como era Adão e Eva antes de terem comido do fruto proibido.

  1. Quarta: A roupa faz o homem
O autor da lição foi muito feliz hoje com a ilustração. Vamos nos valer dela para aprendermos sobre transformação da vida.
Ontem concluímos estudando sobre a salvação pela graça, e entramos um pouco nas obras. Hoje continuaremos nessas obras da lei.
O plano de salvação é bem fácil de compreender. Uma vez salvo da morte, o que mais desejaremos senão permanecermos salvos dessa morte? É evidente: iremos desejar o caminho da salvação, e não desejaremos cair outra vez na desgraça da perdição. Esse seria o normal; porém, há muitos que querem a salvação e também querem continuar acariciando seus pecados. Esses se perderão se continuarem nesse estilo de vida.
Logo, o nosso foco hoje é a situação após o recebimento da graça, ou seja, após ser considerado justo. Portanto, a questão hoje é bem definida: como continuar salvo?
A rigor a resposta a esta pergunta é curta e de fácil compreensão: para continuar salvo, deve não pecar mais; ou, se pecar, tratar de arrepender-se. Davi é um bom exemplo da segunda situação: ele se arrependia dos muitos pecados que cometia depois de ter recebido a graça da salvação.
Agora há outro porém, outra consideração muito importante. Depois de ter recebido a graça, não vai continuar vivendo como antes. Vai ter que viver em “novidade de vida”, ou seja, um outro estilo de vida, que não é desse mundo. Vai renunciar as coisas desse mundo, para ser mais claro, e vai se ligar às coisas celestiais. Isso é: não permitir que o pecado reine em sua mente, é mudar de vida.
Um dos indicativos de que mudou de vida é o vestuário. Da ostentação irá para a simplicidade, um novo tipo de bom gosto. Outro é sobre como cuida do corpo, que cuidará de ser natural, não mais utilizando pinturas e enfeites artificiais sem sentido, ou com sentido mundano. O que vestimos e os ornamentos refletem o caráter que temos no íntimo e quais são os nossos verdadeiros objetivos, e demonstram a nós e aos demais, se de fato aceitamos a graça e se estamos fazendo alguma coisa para continuar retendo essa graça. A roupa é a segunda aparência acima da pele, que demonstra a mudança de uma vida mundana para a novidade de vida.
“Não é Deus o próprio objeto de imitação? Deve ser obra da vida cristã, revestir-se de Cristo, e levar a si mesmo para a mais perfeita semelhança com Cristo. Os filhos e filhas de Deus devem avançar na semelhança com Cristo, nosso modelo. Diariamente devem contemplar Sua glória e admirar a Sua incomparável excelência. Ternos, verdadeiros e plenos de compaixão devem eles tirar as almas do fogo, detestando mesmo as roupas manchadas pela carne” (Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, 122).


  1. Quinta: Graça barata e legalismo
A justiça do alto é uma só, mas para efeitos de estudo, podemos dividir em duas partes, como já estudamos nessa semana. A primeira parte, didaticamente falando, é a justiça imputada, e a segunda parte, a justiça comunicada. A imputada é a justiça de CRISTO, que foi concedida a nós quando nos arrependemos de nossos pecados. Então DEUS nos considera igual a JESUS CRISTO, justos, como se até ali não houvéssemos pecado. Isso nada mais é senão uma atribuição, ou seja, um brinde por termos crido em JESUS e termos ficado com nojo do mal em que vivíamos. É simples assim.
A segunda parte é a justiça comunicada, que quer dizer, gradativamente, todos os dias, se desejarmos, somos tornados mais justos. Ela é obra do ESPÍRITO SANTO ao longo de nossa vida. Também se chama santificação ou transformação ou também aperfeiçoamento, o que significa gradual separação do mundo e ligação ao Céu, ou ainda, tornar-se mais semelhante a JESUS, de quem recebemos o perdão e fomos tornados justos. Essa justiça culmina com a transformação total que será realizada em todos os que aceitaram JESUS. Isso ocorrerá no dia de Sua vinda a este planeta. Nesse dia os mortos ressuscitarão já com corpos perfeitos e transformados, e os vivos terão seus corpos perfeitos e também serão transformados (só não ressuscitam porque não chegaram a morrer). A justiça comunicada ocorre diariamente e a finalidade dela é nos tornar cada vez mais semelhantes a JESUS, isto é, ter cada vez mais capacidade de obedecer a Sua lei, ou ainda, de praticar boas obras.
Portanto, o que nos resta a fazer? Na verdade DEUS nos deu as duas justiças e nos capacita, por meio de Seu ESPÍRITO, a sermos obedientes. A nós resta querer, ou seja, todos os dias entregar a Ele o “eu” para que deixemos de focar em nós e nos espelhemos em nosso Salvador. Esse é o ponto essencial: a nossa vontade. Nela DEUS não interfere. A nós cabe decidir o que queremos, e então, Ele operará nesse querer para que continue bem direcionado. Então, jamais podemos nos orgulhar de sermos obedientes, pois quando de fato somos, foi o ESPIRITO SANTO que operou em nós. A nossa parte é sentir o amor de JESUS por nós e ter o desejo de que Ele nos salve. Se sentirmos isso, buscaremos com DEUS a humildade, então Ele fará o restante, que envolve a transformação para vencermos nossas fraquezas.
Atualmente há um super poder se formando no mundo. É a cultura do pós-modernismo, que foca exatamente no contrário ao que é necessário para que alguém se salve; é o foco no “eu”. Nessa cultura o que vale é o que “eu” quero, o que “eu” sinto, como “eu” quero ser visto. Essa cultura está em toda a parte, inclusive dentro de nosso arraial. Mas é preciso dizer bem claramente, aquele que não se libertar desse enfoque, ou seja, que não entregar o “eu” a JESUS, para que seja liberto, esse não se salvará. E é bem fácil saber se estamos ou não nessa situação. É só dar uma olhada no espelho para ver a aparência e no guarda-roupas para saber se somos uma pessoa simples e humilde como JESUS, ou se somos uma pessoa que gosta de aparecer e ser notada pelos outros, como é o estilo de satanás.

  1. Aplicação do estudo Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:
Talvez a citação de hoje na lição (DTN, 762) seja a mais bem elaborada explicação de justificação e salvação já escrita por ser humano. Por isso, se sugere que leia com calma, sublinhe, anote e reflita. Nesse estudo, quem entender bem essa citação, entendeu o assunto de toda a semana.
Vamos tentar destacar os principais pontos dessa citação, em forma de esquema:
ð   Na condição de pecadores não temos como sermos 100% obedientes à Lei de DEUS, que requer de todo ser inteligente que seja justo (isto é, totalmente obediente);
ð   CRISTO, no entanto, fazendo-Se homem igual a nós, exceto de não ter nascido pecador, embora nascesse não de uma pecadora nas numa pecadora, viveu aqui na Terra, e demonstrou total obediência à Lei de DEUS;
ð   Portanto, Ele foi justo;
ð   Essa justiça de CRISTO, DEUS atribui a toda pessoa que creia em CRISTO;
ð   Portanto, tal pessoa torna-se como foi CRISTO aqui na Terra: justa e inocente;
ð   A partir desse ato, o ESPIRITO SANTO vai reconstruindo o caráter da pessoa, um caráter à semelhança do de CRISTO homem (isto é a santificação);
ð   Com o caráter sendo aperfeiçoado, a pessoa se torna capaz de ser cada vez mais obediente à Lei de DEUS, portanto, cada vez mais ligada ao Céu e desligada da Terra;
ð   Assim, DEUS que é justo, por atribuição e por transformação (imputação e comunicação de justiça), torna o pecador uma pessoa apta a ser reconduzida às moradas onde vivem os seres perfeitos.
Que maravilha! Para elaborar e realizar esse mecanismo lógico da salvação do ser humano, só uma condição era capaz de conseguir: o amor de DEUS. Do mesmo modo, para nós sermos salvos, só uma condição é capaz, o amor por DEUS, tendo Ele nos amado primeiro. DEUS demonstrou Seu amor por nós na morte de JESUS. E assim são as coisas de DEUS: amar a DEUS assim como Ele nos ama, e amar o próximo como nós nos amamos. Assim é o Reino de DEUS: amor incondicional. Ele nunca deixou de amar os que se tornaram pecadores. E os pecadores podem ser salvos se aceitarem esse amor, e se aprenderem amá-Lo.
Não se perca pelo caminho para não estar lá. O grande dia está se aproximando, e bem rápido. É nessa geração.

escrito entre 19 e 22/02/2011
revisado em  23/02/2011
corrigido por Jair Bezerra


Declaração do professor Sikberto R. Marks
O Prof. Sikberto Renaldo Marks orienta-se pelos princípios denominacionais da Igreja Adventista do Sétimo Dia e suas instituições oficiais, crê na condução por parte de CRISTO como o comandante superior da igreja e de Seus servos aqui na Terra. Discorda de todas as publicações, pela internet ou por outros meios, que denigrem a imagem da igreja da Bíblia e em nada contribuem para que pessoas sejam estimuladas ao caminho da salvação. O professor ratifica a sua fé na integralidade da Bíblia como a Palavra de DEUS, e no Espírito de Profecia como um conjunto de orientações seguras à compreensão da vontade de DEUS apresentada por elas. E aceita também a superioridade da Bíblia como a verdade de DEUS e texto acima de todos os demais escritos sobre assuntos religiosos. Entende que há servos sinceros e fiéis de DEUS em todas as igrejas que no final dos tempos se reunirão em um só povo e serão salvos por JESUS em Sua segunda vinda a este mundo.

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