segunda-feira, 2 de maio de 2011

Comentário da Lição - Prof. Sikberto Renaldo Marks - Lição 6 - 2º Trim. 2011

Lições da Escola Sabatina Mundial – Estudos do Segundo Trimestre de 2011
Tema geral do trimestre: Vestes da Graça
Estudo nº 06 – O manto de Elias e Eliseu
Semana de 30 de abril a 07 de maio
Comentário auxiliar elaborado por Sikberto Renaldo Marks, professor titular no curso de Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ (Ijuí - RS)
Este comentário é meramente complementar ao estudo da lição original
www.cristovoltara.com.br - marks@unijui.edu.br - Fone/fax: (55) 3332.4868
Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil


Verso para memorizar:Porque a tristeza segundo DEUS produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte” (2 Cor. 7:10).

Introdução de sábado à tarde
Elias é o meu profeta predileto. Gosto muito da história dele. Num tempo em que a idolatria tomou conta, esse homem permaneceu firme, chegando ao ponto de certo dia achar que estava só ao lado da verdadeira adoração. Tão fiel foi a DEUS que Este o levou para junto de Si. Ele nunca viu a morte. Enoque, Moisés e Elias, foram seres humanos pecadores, mas poderosos porque foram humildes e viviam entregues ao Senhor. Eles também falhavam, mas se levantavam em arrependimento, e DEUS os perdoou e em JESUS, foram salvos. Antes mesmo de JESUS ter morrido por eles!
“Entre as montanhas de Gileade, ao oriente do Jordão, habitava nos dias de Acabe um homem de fé e oração cujo destemido ministério estava destinado a deter a rápida disseminação da apostasia em Israel. Distanciado de qualquer cidade de renome, e não ocupando nenhuma alta posição na vida, Elias, o tesbita, não obstante entregou-se à sua missão, confiante no propósito de Deus de preparar diante dele o caminho e dar-lhe abundante sucesso. A palavra de fé e poder estava em seus lábios, e toda a sua vida estava devotada à obra da reforma. Sua voz era a de quem clama no deserto para repreender o pecado e fazer refluir a maré do mal. E conquanto viesse ao povo como reprovador do pecado, sua mensagem oferecia o bálsamo de Gileade a toda alma enferma do pecado que desejasse ser curada.
“Ao Elias ver Israel aprofundar-se mais e mais na idolatria, sua alma ficou angustiada e despertou-se-lhe a indignação. Deus havia feito grandes coisas por Seu povo. Tinha-o libertado do cativeiro e lhe dado "as terras das nações, ... para que guardassem os Seus preceitos, e observassem as Suas leis". Sal. 105:44 e 45. Mas os beneficentes desígnios de Jeová haviam sido agora quase esquecidos. A incredulidade estava depressa separando a nação escolhida da Fonte de sua força. Contemplando esta apostasia, do seu retiro na montanha, Elias sentiu-se oprimido pela tristeza. Em angústia de alma ele suplicou a Deus que detivesse em seu ímpio curso, o povo outrora favorecido, visitando-o com juízos, se necessário fosse, a fim de que pudesse ser levado a ver em sua verdadeira luz seu afastamento do Céu. Ele ansiava por vê-los levados ao arrependimento, antes que fossem tão longe na prática do mal a ponto de provocar o Senhor para que os destruísse completamente.
“A oração de Elias foi respondida. Apelos constantemente repetidos, admoestações e advertências tinham falhado em levar Israel ao arrependimento. Havia chegado o tempo em que Deus devia falar-lhes por meio de juízos” (Profetas e reis, 119 e 120).


  1. Primeiro dia: “Uma voz tranquila e suave”
Vamos relatar, sucintamente, o desenrolar de fatos importantes na vida de Elias. Depois de três anos e meio com seca, Elias volta perante o rei Acabe para mostrar quem é DEUS de verdade. Haviam sofrido por 40 meses uma seca devido a adoração a deuses que eles diziam, podiam mandar a chuva, e dar-lhes boas safras. Em especial o deus Baal, que “é descrito como um deus semita e era adorado pelos Cananeus e Fenícios. Baal era principalmente um deus do sol, chuva, trovões, fertilidade e da agricultura e, em algum momento, ele ultrapassa o deus da água, Yam. Baal é o filho do deus Dagan ou Dagon, outro deus Cananeu semita” (Wikipédia).
Então, com todos esses atributos, onde ficou Baal? Por que não fez nada pelos seus adoradores? Porque ele era uma invenção de seres humanos, uma estátua morta, incapaz de tudo.
Reunidos, Elias, o rei Acabe, os 450 profetas de Baal, e muito povo, ali no alto do monte Carmelo se realizou uma prova para ver quem era DEUS de verdade e quem era falso. Os profetas de Baal fizeram longo, tedioso e exaustivo ritual para que Baal respondesse. Mas nada! E o rei e seus grandes observavam tudo, torcendo para que Baal agisse. Afinal, todos os seus sacerdotes estavam lá. Mas, astuta, Jezabel guardou-se e não foi para o monte. Estrategicamente evitou o confronto. Foi ela quem introduziu a adoração de Baal entre o povo de DEUS.
Enfim, chega a vez de Elias. Ele manda jogar muita água sobre a oferta, sobre a lenha, sobre o altar, e ainda havia cavocado uma valeta em redor do altar, enchendo-a de água. Que desafio! É por esse eposídio que tenho grande admiração por Elias. Ele era um reformador, e desafiou a falsidade com a coragem da fé. Que profeta poderoso!
Elias ajoelha-se perante DEUS, faz uma única oração com calma e serenidade, nada de barulho, nada de danças, nada de gritaria, nada de tambores, nada de ritual místico. Ao final da oração, assustando a todos menos Elias, desce fogo do alto, de algum lugar do Universo, e se posiociona sobre o altar. O fogo consome a oferta e, como se fosse álcool, lambe até a água. O fogo consumiu o holocausto, a lenha, e até as pedras se queimaram (I Reis 18:38).
Agora estava evidente quem era e quem não era DEUS. Havia uma só coisa a se fazer, e Elias deu a ordem para que se matasse todos os profetas de Baal. O povo prendeu esses profetas, e Elias os matou, um por um. Depois ele orou sete vezes, e choveu abubantemente. Elias, com uma força que lhe vinha de DEUS, correu à frente da carruagem de Acabe por 37 km, conduzindo-a até o palácio, sob a intensa chuva. Isso significava que Acabe dependia dos profetas do DEUS vivo, não dos de Baal de sua esposa Jezabel. Acabe devia consultar-se com algum profeta do Senhor.
Acabe relatou a impressionante história a sua esposa Jezabel. Esta ficou tão furiosa que enviou um mensageiro a Elias dizendo que no dia seguinte seria a vez dele ser morto do mesmo modo como ele matou aqueles profetas. Foi aí que Elias desanimou.
Difícil ficar indiferente. Depois daquela demostração inequívoca de quem era e quem não era DEUS, Jezabel ainda não se arrependeu? E Acabe nem sequer se dispôs a defender Elias perante a sua esposa? Mas que governo era esse que não mudava em nada, mesmo com sinais miraculosos por parte de DEUS, e nenhuma manifestação por parte de Baal? Depois de tudo isso, nada mudou, Jezabel continuava matanto profetas de DEUS. Embora não se justifique, Elias desanimou tanto que decidiu fugir. Faltava ainda completar o trabalho que já durava 3,5 anos. Faltava a eliminação da causa primeira de toda aquela idolatria, faltava a morte de Jezabel. Elias desistiu bem diante do último ato do drama.
Hoje é assim também. Por mais evidente que sejam as mensagens na Bíblia e do Espírito de Profecia, por mais que muitos pregadores falem claro e direto sobre a necessidade de mudança, quantos em meio a nosso povo continuam seduzidos pelo mundanismo, como se ninguém os tivesse avisado. Dias atrás vi a um pastor bem desanimado. A frequencia em sua igreja, nas quartas-feiras à noite é em torno de 3% a 4% do número de membros. É de desanimar.
Elias fugiu dali. Mas DEUS estava com ele. Debaixo de um zimbro ele foi dormir. Um anjo veio até ele e lhe deu pão e água. Com a força daquele alimento ele caminhou 40 dias e noites, e então entrou numa caverna. Ele queria morrer ali mesmo. Não era um suicida, mas queria que DEUS o fizesse descansar. DEUS lhe fez ver um forte vento, um forte terremoto e o intenso fogo. Depois disso, uma briza suave, e então Elias viu que DEUS estava nessa brisa. Isso quer dizer que DEUS age sem precipitações. Ele não age como um vendaval, nem como um terremoto nem como o fogo. Essas coisas só em casos extremos. DEUS age como a brisa, com suavidade. Elias não havia entendido o modo de DEUS agir no embate com o governo de Acabe e Jezabel. E ele não havia confiado em DEUS para fazer a Sua vontade em vez de fugir.
Diante desse fracasso, DEUS determinou que Elias preparasse Eliseu para substituí-lo. Agora Elias não possuía mais condições morais para enfrentar as duras tarefas de um profeta. Outro devia tomar o seu lugar.
Mas Elias foi tão fiel a DEUS que Este o levou para junto de si.

  1. Segunda: A troca de vestimentas
Elias estava um tanto cansado de suas labutas em favor do povo de DEUS, e Este percebeu isto, como pode perceber tudo. Elias já não era novo, a idade estava avançando. Ele fora fiel em tudo, mas agora outro precisava tomar o seu lugar. O episódio com Jezabel foi uma gota d’água no copo da paciência de Elias. Parece que agora ele já não conseguiria mais ter força moral para suportar as difíceis situações que os profetas precisam enfrentar. É dura a vida dos servos de DEUS em certas épocas e lugares. Então DEUS escolheu Eliseu.
Por ordem de DEUS, logo após a fuga de Elias diante de Jezabel, ele foi ungir alguns reis e também falar com Eliseu, um humilde jovem trabalhador do campo. Passando por onde Eliseu trabalhava, lançou a sua capa sobre o jovem, e isso continha um significado impressionante.
Eliseu era humilde. Estavam trabalhando com 12 juntas de bois, e ele era o décimo segundo. Vinha atrás de todos, mas perante DEUS, esse último foi o primeiro, o escolhido. Assim também fora com Davi, o último filho, mas o escolhido por DEUS.
Eliseu, fiel a DEUS, entendeu o significado do gesto de Elias. Ele seria o novo profeta. Naqueles dias era uma dura tarefa, de alto risco de vida em certos momentos, com missões ingratas, apelos não atendidos e frequentes desapontamentos. Eliseu poderia ter não aceito, mas ele aceitou de pronto.
Então passou-se algum tempo. Eliseu e Elias andaram juntos por esse tempo. Estavam próximos, e Eliseu foi aprendendo de Elias como os discípulos aprenderam de JESUS. Nesse meio tempo Elias teve mais alguns enfrentamentos com a corrupta e idólatra monarquia de Israel. Por exemplo, Elias enfrentou certa vez Acabe e Jezabel, e os repreendeu severamente por causa da violenta e corrupta tomada do campo de Nabote (1 Reis 21:17 a 29). Foi ainda no tempo de Elias que Acabe foi morto, numa batalha. Ele ainda enfrentou o rei Acazias, sucessor de Acabe. Profetizou a sua morte, o que se pode ver em 2 Reis 1:1 a 18. Mas Jezabel ainda viveu por vários anos, causando grandes danos ao povo de DEUS.
Finalmente chegou o dia de Eliseu suceder Elias. Ele estava pronto, aprendera como ser profeta. DEUS disse a Elias que ele seria levado ao Céu. Isto se tornou público, ao menos entre os professores e alunos das escolas dos profetas. Nestas escolas os professores eram pessoas fiéis a DEUS, e eram profetas. Ali se aprendiam ofícios e profissões seculares, mas também era intenso o estudo dos assuntos da fé. A formação era integral. Algo parecido com os nossos internatos de hoje, porém, com bem mais carga de estudos sobre a fé e a verdade de DEUS.
Naquele dia Elias passou por estas escolas, junto com Eliseu. Foi talvez para oficialmente apresentar o novo profeta. O assunto sempre incluiu a partida de Elias. Havia um penúltimo teste sobre Eliseu. Antes de partir para uma outra escola dessas, Elias dizia a Eliseu que ficasse, para seguir só, mas Eliseu sempre decidia ir junto. Dizia: “tão certo como vive o Senhor e vive a tua alma, não te deixarei” (ver em 2 Reis 2:1 a 8). Eliseu dizia: “não te deixarei”, e isso significa, assumi o cargo que me passas. Mas havia mais um teste sobre Eliseu, o último. Após passarem pelo rio Jordão, Elias falou a Eliseu que lhe fizesse um último pedido. Dependendo do que Eliseu pedisse, estaria preparado para lhe suceder, ou poderia ser o contrário. Eliseu pediu “porção dobrada do espírito de Elias” (2 Reis 2:9), isto é, queria o poder como Elias. Era o que devia ter pedido; ele demonstrava estar preparado. A resposta de Elias foi uma advertência, “dura coisa pediste”, e Elias lhe disse que receberia tal poder se o visse partindo para o Céu. Isto quer dizer, nesse caso DEUS teria aceito Eliseu como profeta.
Desde o momento do lançamento da capa sobre Eliseu, lá na lavoura, até esse último instante, Eliseu estava sendo preparado intensamente para ser profeta. Esse preparo era importante, pois a nação se achava corrompida e precisava ser advertida por profeta poderoso. E ele enfrentou situações dramáticas como profeta, mas ao contrário de Elias, sempre foi muito sereno e calmo. Homem humilde, simples, que não se aproveitava de seu poder, foi uma tremenda influência num país que insistia em se prostituir com os povos ao redor.

  1. Terça: O uso de pano de saco
Acabe queria a terra de Nabote, que ficava ao lado da terra do palácio. Aquela era uma terra excelente, mas pertencia a Nabote, que não queria vender. Então, por meio de uma conspiração engendrada por Jezabel, Nabote foi morto, e a terra foi tomada dele.
Elias, recuperada a sua intrepidez, outra vez em nome de DEUS entrou em cena e enfrentou o rei Acabe. Ele o advertiu severamente, bem ao seu estilo de profeta. Levando as palavras de DEUS, o repreendeu com dureza e lhe informou sobre a decisão de DEUS, de que seria morto e os cães comeriam os seus restos mortais, bem como os de Jezabel.
A essa mensagem Acabe parou para pensar, e viu a gravidade de sua ação. Esse era um homem que não refletia muito sobre o que estava por fazer. Só quando Elias o enfrentou outra vez que ele se deu conta por inteiro de sua ação precipitada e cruel. Ele destruíra um lar e tomara por meios ilícitos o que não lhe pertencia. Diante da dureza da mensagem de Elias, que era homem de poucas palavras, o rei caiu em si e viu que agora ele mesmo iria ser atingido por DEUS, e de forma cruel. Ou seja, iria colher o que havia semeado. A vida é sempre assim. E ele viu que não poderia mais desfazer o mal contra Nabote.
Acabe arrependeu-se, humilhou-se diante de DEUS e diante dos homens. Um rei fazer isso é algo muito significativo, e impressionava as pessoas. Ele rasgou as suas roupas e vestiu pano de saco. Andava cabisbaixo, buscando o perdão. Jejuava e dormia sobre panos de saco.
O que significavam esses atos? Eles significavam demonstrações visíveis de arrependimento e humilhação, o que poderia ser visto não só por DEUS, mas também pelos homens.
Pano de saco era um tecido rústico usado em várias aplicações, citado frequentemente na Bíblia como um tipo de vestimenta. Roupas de pano de saco serviam para comunicar certas emoções ou atitudes às outras pessoas. Em termos gerais, a roupa de pano de saco mostrava a angústia da pessoa. Mas, angústia e perturbação podem ser resultados de vários fatores e, por isso, observemos alguns motivos mais específicos para o uso desse rústico e grosseiro tecido.
“1. Sinal de tristeza e lamentação, especialmente devidas à morte ou às calamidades (Salmo 35:13-14; Isaías 15:1-3; 32:9-12; Ezequiel 27:29-32; Joel 1:8,13; Amós 8:10). Quando Jacó recebeu a notícia (falsa) da morte de José, seu filho predileto, ele "rasgou as suas vestes [outro sinal de angústia], e se cingiu de pano de saco, e lamentou o filho por muitos dias" (Gênesis 37:34). Quando Abner foi morto, Davi ordenou ao povo: “Rasgai as vossas vestes, cingi-vos de panos de saco e ide prateando diante de Abner” (2 Samuel 3:30-32). Quando saiu a ordem do rei da Pérsia autorizando a aniquilação dos judeus, Mordecai “se cobriu de pano de saco e ... clamou com grande e amargo clamor”. Os outros judeus mostraram sua angústia com o mesmo sinal de luto (Ester 4:1-3). Este sinal, às vezes, acompanhava a mensagem triste de profetas (Apocalipse 11:3-6).
“2. Evidência de humildade, especialmente de um suplicante (Salmo 30:8,10-11). Ezequias e os outros líderes de Judá se vestiram de pano de saco quando este entrou na presença de Deus para pedir livramento da ameaça assíria (2 Reis 19:1-3,14-19). Ben-Hadade e seus soldados se vestiram de pano de saco e pediram a clemência do rei Acabe de Israel (1 Reis 20:31-32). Daniel disse: “Voltei o rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, pano de saco e cinza” (9:3).
“3. Demonstração de arrependimento (Mateus 11:21; Lucas 10:13). Os ninivitas ouviram as advertências do profeta de Deus e se converteram, cobrindo-se de pano de saco (Jonas 3:5-9). Depois do cativeiro babilônico, os filhos de Israel jejuaram, trouxeram terra sobre si e se vestiram de pano de saco quando chegaram a confessar seus pecados diante do Senhor (Neemias 9:1-4)” (http://www.estudosdabiblia.net/bd12_02.htm)
Na Bíblia não há determinação do uso do pano de saco para certos fins. Foi uma criação do ser humano. No entanto, é uma atitude de bom efeito e bom resultado. Facilita e firma uma mudança de atitude, de arrogante para humilde. Não é a única maneira de buscar humildade, ou de demonstrar arrependimento. O ser humano precisa fazer algo prático, real e visível para influenciar-se a si mesmo quando deseja mudar o seu modo de viver. Isso funciona bem. Por exemplo, minha esposa e eu, anos atrás, decidimos mudar para frequentar um grupo bem humilde e simples. O prédio do templo é de madeira, e é antigo, se bem que bem cuidado. Ali ao longo do tempo nos percebemos mais humildes, o que foi bom. Devemos fazer algo prático, visível e impactante em nossa vida para buscarmos as virtudes de cidadãos do reino de DEUS. Isso é positivo para nossa vida espiritual.
DEUS informou Elias sobre a atitude de Acabe. Deve ter-se surpreendido com isso, e Elias foi de imediato para junto de Acabe levar notícias mais suaves e agradáveis. Isso que lhe fora comunicado por DEUS aconteceria nos dias de seu filho. Ou seja, DEUS suavizou o castigo, e na verdade deu mais um tempo para Acabe se tornar radicalmente diferente, e Jezabel mudar por completo, o que não aconteceu. Veja só como DEUS falou com Elias: “não viste como Acabe se humilhou perante Mim? Portanto, visto que se humilha perante Mim, não trarei este dano nos seus dias, mas nos dias de seu filho o trarei sobre a sua casa” (1 Reis 21:29). Acabe abusou da paciência de DEUS. Agora sua família receberia o devido castigo. Estou certo de que esse castigo poderia ser evitado, se Jezabel também se arrependesse e se seu filho fizesse o mesmo. Porém, como esse filho se arrependeria se seus pais o ensinaram, por vida e exemplo, a ser rebelde contra DEUS? Eis que tudo o que fazemos repercute em nossos filhos, netos e até bisnetos. Devemos ter muito cuidado em não degenerar a nossa família pelo que fazemos. O arrependimento é pessoal. Podemos por meio dele até nos salvar, mas, por meio de nosso modo de viver, afetar negativamente os nossos descendentes, e assim levá-los à morte eterna. Isso precisa ser motivo de profundas reflexões e mudança de vida, e quem sabe, usar pano de saco, ou outra forma alternativa de cultivo da simplicidade e da humildade.

  1. Quarta: O arrebatamento de Elias
Dois homens tiveram uma experiência única e de profundo impacto. As horas que precederam o arrebatamento, portanto, foram de intensa expectativa. Elias e Eliseu passaram por três escolas, visitando-as, por certo para alguma confirmação na fé e despedida. Elias devia ser um dos grandes mestres para aqueles alunos. Eliseu seria o próximo professor, em lugar de Elias. Eles sabiam que o profeta seria levado vivo ao Céu. Que privilégio! Nesse sentido ele é um tipo daqueles fiéis servos de DEUS que aguardarão vivos a segunda vinda de CRISTO, já sabendo o dia e a hora desse evento.
Após visitarem a última escola, os dois iam juntos, conversando, em direção ao Rio Jordão. Eliseu certamente aproveitava os últimos momentos com seu mestre para aprender mais e principalmente para observar o seu caráter. Eliseu admirava Elias, tanto que pediu porção dobrada do espírito dele, isto é, queria ser semelhante a Elias, ter um caráter a altura dele, e ser instrumento nas mãos de DEUS como Elias foi. E isso se confirmou na vida de Eliseu, como podemos ver no texto sagrado. Esse pedido demonstra o caráter de Eliseu. Assim devemos procurar ser também: servos leais a DEUS, cada vez mais desligados desse mundo. O foco de nossos interesses deve ser a Nova Terra.
Quando Elias foi convidar Eliseu para substituí-lo no ministério, ele lançou a sua capa sobre o então lavrador, que entendeu o significado, e aceitou na hora. Isso quer dizer que devemos estar preparados a cada momento, pois pode ser que DEUS nos chame no instante seguinte. Se não estivermos preparados, poderemos falhar e tomar a decisão errada, e direcionar o rumo de nossa vida para o fracasso espiritual. E esse tipo de fracasso significa a perda de tudo.
Agora essa capa seria utilizada para mais uma tarefa importante. Chegando às margens do Jordão, Elias a dobrou, e golpeou as águas do rio, que se fenderam como já acontecera no passado com o próprio Jordão e também com o Mar Vermelho, para a passagem do povo de Israel. Eliseu viu, agora, o poder de DEUS por meio de Elias, usando aquela capa. Ela se tornou símbolo do profeta. As pessoas reconheciam de longe o profeta por meio de sua capa, viam-na antes de sua fisionomia. Seria de agora em diante assim com Eliseu. A capa se tornou uma marca do profeta. Por ela, até o mau rei Acabe distinguiu Elias de longe. Seria como hoje, quem tem um automóvel diferente, vindo de longe, antes de se ver a pessoa, já se sabe quem vem se aproximando.
Mas voltemos aos últimos instantes, no momento da despedida. Que emoções sentiam os dois? Elias sabia que não passaria pela morte, e que logo veria a JESUS e a DEUS. Ele veria Aquele que viria morrer por ele e pelas pessoas do mundo todo. Ele veria e habitaria nas mansões da glória perfeita. Que privilégio! E para Eliseu seria também especial privilégio suceder esse grande profeta do Senhor. Em meio a esses sentimentos, em profunda admiração pelo caráter de Elias, Eliseu pediu porção dobrada de seu espírito para si, não para ser grande ou famoso, mas para ser humilde e fiel como foi seu mestre.
Atravessaram o Jordão, e caminhavam, quem sabe em silêncio ante a expectativa de a qualquer momento acontecer o arrebatamento. Eliseu ainda era afetado pela expectativa de ver ou não ver esse arrebatamento. Se visse, era o sinal de que seu o pedido fora atendido.
Então chega o momento. Os dois estavam juntos, e um carro de fogo, coisa impressionante, sem descrição em nossa fraca, insuficiente e imprecisa linguagem, estando um ao lado do outro, esse carro passa incrivelmente perto de Eliseu, e toma Elias, e alguém o coloca dentro do carro, e parte para as alturas, em meio a um redemoinho. Eliseu, de tão impressionado, de ter visto tudo aquilo, e de ter sido aprovado o seu pedido, rasga as suas vestes em uma atitude de extrema admiração e êxtase. Ele ficou tão impressionado, o impacto foi maravilhoso, que exclamou estupefato: “Meu Pai, meu Pai, carros de Israel e seus cavaleiros” (2 Reis 2:12). Aquilo não foi uma visão, tudo foi absolutamente real. Que privilégio!
Uma lição a aprender. Que mestre foi Elias! Que impressões esse homem deixou em Eliseu. Que ensinamentos para seu aluno, e que testemunho positivo. Muitas vezes, hoje, como pais, mães, como amigos, como professores, damos um testemunho que não deve ser seguido pelos outros! Nesse sentido Elias é um exemplo positivo. O seu aluno teve lições construtivas com ele, e o testemunho do mestre selou essas lições na sua vida prática.
Elias ficou contente ao perceber que Eliseu teve o pedido atendido. Então ele deixou cair a sua capa, que Eliseu tomou, e saiu dali, para assumir o ministério, que agora era de sua responsabilidade. Nesse sentido, a capa nos ensina algo importante. Em nossos dias, devemos como que vestir a capa de Elias e agir como Eliseu fez, ou também, como bem mais tarde fez João Batista. Devemos ser os reformadores modernos, especialmente dentro da igreja, para preparar um povo puro diante de DEUS, um povo fiel, pronto para receber o poder do ESPÍRITO SANTO, e concluir a missão, de ir a todo o mundo e pregar este evangelho a todas as pessoas em todos os cantos desse planeta.

  1. Quinta: O manto de Eliseu
Quando Elizeu volta dessa experiência, cheio de fé e poder do alto, passa a experimentar o que recebeu: a porção dobrada do espírito de Elias que já estava com ele. Em seu poder estava a capa de Elias. Ele aproxima-se do Rio Jordão, e faz o mesmo como Elias fez: dobrando a capa, fere as águas do rio, e diz: “Onde está o DEUS de Elias?”. As águas se abrem, como há instantes antes, e ele passa em seco. Essa foi a 4ª vez que águas se abrem em que há relato. A primeira foi no Mar Vermelho, a segunda no Rio Jordão com o povo de Israel, a terceira fora a instantes antes com Elias e Elizeu, a quarta, só com Elizeu. Isso quer dizer, era sempre o mesmo DEUS que fazia esse milagre. Esse DEUS agora estava em intimidade com Elizeu, e este era o Seu profeta. Talvez, na última fuga do povo de DEUS, quando as pragas já estiverem caindo, mais algumas vezes DEUS abra passagem por meio das águas. Mas dessa vez será diferente de como foi com Elizeu. Ele retornou, nós iremos sempre em frente, até que sejamos visivelmente arrebatados pelo Senhor JESUS CRISTO.
Os professores das escolas dos profetas, eles mesmos também profetas, sabendo que Elias já fora arrebatado, pois Elizeu o havia relatado, e eles já sabiam que isso aconteceria, mesmo assim, foram conferir se Elias não estava em algum lugar. Por que razão fizeram isto? Não está relatado, mas talvez porque a sua ligação e intimidade com esse grande profeta do Senhor os levou a querer ter certeza de que ele estava bem. Poderia haver remota possibilidade de Elias estar perdido em algum lugar ermo. O amor por ele os levou a irem se certificar. Certamente nós, hoje, em alguma situação semelhante, faríamos o mesmo. Não foi pecado o que fizeram, foi zelo e alta consideração por Elias, foi uma demonstração de carinho. Eles não o viram subir, então quiseram, quem sabe, ter certeza de que tudo era assim mesmo, como Elizeu relatara. Nós, seres humanos, somos seres sociais, e queremos bem um ao outro. Não deixamos por menos quando alguém de nós desaparece, mesmo sabendo dos fatos. Foi um impulso desnecessário mas levado pela intensa amizade e amor entre eles e Elias, o seu mestre tão querido.

  1. Aplicação do estudo Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:
Há uma sucessão profética impressionante aqui para se pensar: Elias, João batista e nós. Elias trabalhou duramente por reformas no antigo Israel, reino do norte, e ao final de sua carreira, foi direto para DEUS, ele viu DEUS. João Batista também trabalhou duramente por reformas no povo de Judá, povo de DEUS, para a primeira vinda de JESUS, e ele viu a JESUS. Nós estamos trabalhando intensamente, ao menos alguns, e logo veremos a DEUS, e seremos levados, como Elias, para onde ele já está. Nesses três casos há sempre duas coisas em comum: trabalho por reformas e o fato de ver DEUS.
Para tirarmos a lição completa do que isso tudo significa, devemos juntar a experiência de Elias com a de João Batista, pois, podemos asseverar que o somatório dos dois casos será a nossa experiência. Veja só, os dois trabalharam por reformas, mas um foi levado ao Céu e o outro viu JESUS aqui. Nós veremos JESUS, como João Batista viu, quando Ele voltar a essa Terra, e também seremos levados ao Céu, como Elias foi levado. E é isso mesmo. O povo de DEUS da última geração verá acumulado o poder do mal bem como o poder de DEUS. E esse é o povo que trabalhará com o máximo poder dado por DEUS em todos os tempos. Será também o povo que se elevará até a mais pura condição em que seres humanos já estiveram desde que há pecado, e isso contrastando em meio a maior podridão causada pelo pecado. Nós somos a geração que concluirá a obra da pregação do evangelho, e o faremos ao mundo todo. Para a nossa igreja, internamente, devemos ser reformadores como foram Elias e João Batista, voltando-nos aos princípios divinos, para o mundo devemos ser como Paulo e os demais apóstolos, indo a todos os lugares e anunciando o Reino de DEUS.

escrito entre  22 e 29/03/2011
revisado em 30/03/2011
corrigido por Jair Bezerra



Declaração do professor Sikberto R. Marks
O Prof. Sikberto Renaldo Marks orienta-se pelos princípios denominacionais da Igreja Adventista do Sétimo Dia e suas instituições oficiais, crê na condução por parte de CRISTO como o comandante superior da igreja e de Seus servos aqui na Terra. Discorda de todas as publicações, pela internet ou por outros meios, que denigrem a imagem da igreja da Bíblia e em nada contribuem para que pessoas sejam estimuladas ao caminho da salvação. O professor ratifica a sua fé na integralidade da Bíblia como a Palavra de DEUS, e no Espírito de Profecia como um conjunto de orientações seguras à compreensão da vontade de DEUS apresentada por elas. E aceita também a superioridade da Bíblia como a verdade de DEUS e texto acima de todos os demais escritos sobre assuntos religiosos. Entende que há servos sinceros e fiéis de DEUS em todas as igrejas que no final dos tempos se reunirão em um só povo e serão salvos por JESUS em Sua segunda vinda a este mundo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário