sábado, 7 de maio de 2011

Comentário da Lição - Prof. Sikberto Renaldo Marks - Lição 7 - 2º Trim. 2011

Lições da Escola Sabatina Mundial – Estudos do Segundo Trimestre de 2011
Tema geral do trimestre: Vestes da Graça
Estudo nº 07 – À Sombra de Suas Asas
Semana de   07 a 14 de maio
Comentário auxiliar elaborado por Sikberto Renaldo Marks, professor titular no curso de Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ (Ijuí - RS)
Este comentário é meramente complementar ao estudo da lição original
www.cristovoltara.com.br - marks@unijui.edu.br - Fone/fax: (55) 3332.4868
Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil


Verso para memorizar:Porque Tu me tens sido auxílio; à sombra das Tuas asas, eu canto jubiloso” (Salmo 63:7).

Introdução de sábado à tarde
“Há três coisas que são maravilhosas demais para mim, sim, há quatro que não entendo: o caminho da águia no céu...” (Prov. 30:18, 19).
O filhote de passarinho é um ser delicado e totalmente indefeso, como muitos filhotes de outros animais. Mas as aves possuem um tipo de proteção interessante: as suas penas e asas. É bonito ver, por exemplo, uma galinha com seus pintainhos. Ela cisca ensinando-os a obter o sustento do chão. E quando eles cansam, ela se abaixa, abre um pouco as asas, e eles se recolhem embaixo, e ali desaparecem. Vez por outra algum deles expõe a cabecinha para fora.
Todos os pássaros usam as asas para aconchegar seus filhotes. A águia tem asas bem grandes, enormes para dizer bem, e também as usa para a proteção de seus pequeninos. Essas aves são uma exemplificação da proteção de DEUS. Qualquer pecador que, sentindo-se atraído pelo amor que DEUS lhe tem, quer mudar seu estilo de vida, e precisa de proteção. Ele se torna um novato espiritual, e enquanto estiver nesse mundo terá que ser protegido, ou não conseguirá vencer. O mundo degenerado pelo pecado tem tantas atrações malignas que sem a proteção de DEUS, ele não suportará, e em algum momento será atingido, e cairá.
E o pecador, como os filhotes de aves, precisa sentir o desejo da proteção, ou melhor, a sua necessidade. Esse mundo desenvolveu milhares de atrativos. Em tempo, para quem é do mundo, são de fato atrativos, mas para quem já se entregou a JESUS, não são mais, tornaram-se coisas detestáveis. Um exemplo desse tipo de atrativo detestável é o Big Brother (e assemelhados). Vejo colegas professores em minha universidade, que é secular, achando interessante. Pessoas tão estudadas, mestres e doutores, e no entanto, sendo atraídas por coisas de tão baixo nível. Mas, enfim, eles são do mundo, e é natural que gostem das coisas do mundo. Mas, com uma sensação estranha, sei de irmãos de fé que assiste esse lixo imoral, inclusive alguns ministros. Esses irmãos são pretendentes ao reino de DEUS, e tem o conhecimento da verdade. Muitos deles estudam com profundidade e ensinam a outros. Então, como é que ainda não se deram conta que assistindo tal lixo perderão suas vidas para sempre? Tem que ficar bem evidente: pessoas nessa condição não poderão ser salvas. É um alerta importante que se faz necessário nesse estudo. “Não andeis nos costumes da gente que Eu lanço fora de diante de vós, porque fizeram todas estas cousas, por isso Me aborreci deles. Eu Sou o Senhor vosso DEUS, que vos separei dos povos. Ser-me-eis santos, porque Eu, o Senhor, Sou santo, e separei-vos dos povos, para serdes meus” (Lev. 20:23, 24up e 26). “Diz Ele: "Quem quiser seguir-Me, abandone tudo." Não podeis amá-Lo enquanto imitais as modas do mundo ou gostais da sociedade mundana” (Mente Caráter e Personalidade, 558, grifo acrescentado).


  1. Primeiro dia: A verdade descoberta
Estamos no mundo, somos pecadores. Isso significa que seremos tentados pelo mundo, e que sentimos atração pelo pecado. Logo, está tudo favorável a que sejamos derrotados pelo pecado. Portanto, precisamos de proteção.
Mas, para sermos protegidos, como também temos a faculdade do livre exercício, precisamos decidir se queremos ou se não queremos ser protegidos. E como isso acontece?
Optamos por ser protegidos em oração, quando conversamos com nosso DEUS. Dizemos a Ele que não queremos mais pecar. Se essa declaração for sincera, não apenas da boca para fora, ela tem valor, e Ele garante a proteção. Mas a história não para aí.
Em nossa mente existe acumulado uma enorme quantidade de maldades. É o nosso histórico de pecados que já fizemos no passado e que herdamos de nossos antepassados. Além disso, existe o ambiente externo o tempo todo nos propondo a realização de algum pecado. Portanto, a pressão por pecar, que vem de dentro de nós mesmos e do exterior, é muito forte. Isso tudo é comandado pelo inimigo das almas, que precisa desesperadamente tomar para si todos os seguidores de JESUS CRISTO. Aí vem a questão, e agora, o que fazer?
Vamos meditar um pouco sobre Davi, depois voltaremos ao ponto sobre o que fazer. Davi foi coroado rei em Israel. Que privilégio ser rei da nação eleita por DEUS para uma missão especial nesse planeta! Comparativamente, também somos privilegiados por sermos membros de uma igreja que tem a mesma missão. Mas Davi cometeu algumas falhas. Mesmo assim, ele foi honrado por JESUS. A grandeza de Davi está em sempre prontamente assumir seus erros e sentir o desejo de ser perdoado. Nesse aspecto ele é para nós um interessante exemplo.
O que aconteceu com Davi? Ele viu Bate Seba, a mulher de Urias, se banhando ao ar livre. Até aí não havia pecado. Mas ele errou em continuar olhando. E continuou errando ao permitir que se formassem desejos. E ainda continuou errando em mandar chamá-la. E errou mais ainda em possuí-la. E a sucessão de erros continua. Ele manda chamar Urias, o seu marido, para estar com ela, ao saber que ela havia engravidado. Agora Davi queria encobrir o seu erro, para que ninguém descobrisse. E ele errou ainda mais uma vez ao criar a condição para que Urias morresse, e assim ele poderia tornar aquela mulher sua esposa, e assim ninguém desconfiaria de nada.
Aqui temos uma lição. O modo como descrevemos a queda de Davi facilita entender a lição para nós. Um erro tende a puxar outro erro e assim sucessivamente vai indo até que a pessoa caia totalmente e não se sinta mais em condições de ser perdoada, ou nem deseje mais o perdão. Quem salvou Davi dessa queda livre em direção à morte foi o profeta Natã. Ele interrompeu a tragédia em andamento, criando a situação em que Davi caiu em si, e sentiu o desejo de ser perdoado. O que Davi estava fazendo era tentando se esconder debaixo de seu manto de rei, que lhe dava poder. Ele usou o poder para chamar a mulher, até para criar o contexto de guerra para que Urias morresse. Assim fez o tempo todo, afinal, ele era o rei. Mas esse manto de rei foi DEUS que lhe havia dado. Davi fora escolhido por DEUS e ungido pelo profeta Samuel, a mando de DEUS.
Portanto, como vimos nessa história, devemos interromper o processo de queda o quanto antes. Se não fizermos isso, a cada queda mais profunda no pecado, mais difícil fica o retorno. Mas o melhor é não cairmos. No caso de Davi, o melhor que ele deveria ter feito era, ao ver a mulher despida, de imediato, desviar o olhar e sair dali, e orar pedindo a DEUS força para superar aquela tentação, que pode ser bem intensa. E a segunda coisa que ele deveria ter feito era mandar uma embaixada de outras mulheres, umas duas ou três, para advertir a esposa de Urias a fim de que não tomasse mais banho daquela maneira. Assim ele interromperia a possibilidade de ser tentado a ir outras vezes ao terraço na expectativa de vê-la. Resumindo, devemos tomar as providências necessárias para não cair no momento da tentação, e tomar providências para que essa tentação não retorne mais, ou não ocorra mais.
Em síntese, vindo a tentação, resista com oração. Depois disso, não vá mais àquele lugar onde ocorre essa tentação. De alguma maneira evite novas exposições, ou seja, não se posicione no terreno encantado de satanás. Nesse mundo é assim que se deve viver. Há umas questões interessantes para refletir. Sempre são três perguntas que podemos fazer.
No caso de Davi: sou rei! Primeira pergunta possível: E daí? Segunda pergunta possível: E agora? Terceira pergunta possível: O que devo fazer?
Na primeira pergunta, a postura da pessoa é de indiferença. A pessoa pensa assim: sou rei, ou sou adventista, e daí? Se tenho algum poder, posso usá-lo para mim. Se tenho algum privilégio, me beneficio dele. Se tenho alguma importância, faço uso para mim mesmo.
Na segunda pergunta as coisas começam a mudar. Quando se pergunta “e agora?” significa dizer, preciso de ajuda. E na terceira pergunta, isso fica explícito, ou seja, quero conselhos, quero que me ajudem, estou ciente disso.
Hoje, sou adventista, e diante dessa situação, qual dessas perguntas estou fazendo a mim mesmo? Se for a “e daí?” estou dizendo ninguém tem nada a ver com isso, faço o que quiser. Mas se pergunto “e agora?”, é porque estou me sentindo pequeno diante da responsabilidade da fé que professo. E se pergunto, “o que devo fazer?”, estão estou consciente da responsabilidade que é ser adventista, e estou pedindo ajuda, da qual necessitarei para dar um bom testemunho de fé. Porque ser adventista é ser observado pelos demais, pois um adventista crê diferente, vive diferente, e tem uma esperança diferente, portanto, o seu testemunho deve ser diferente. Davi, quando pecou, agiu de acordo com a primeira pergunta, e quando Natã o interpelou, ingressou na segunda pergunta, e se deu conta de que precisava de ajuda, isto é, caiu na terceira pergunta quando Natã chamou a sua atenção para a gravidade de seu pecado.
Para meditar. Se sou ancião, qual dessas perguntas que costumo fazer? Ou, se sou pastor? Se sou presidente ou departamental? Ou, se sou um profissional secular adventista? Enfim, sinto a responsabilidade de ser um embaixador de um outro reino de fora da Terra?

  1. Segunda: Natã desmascara tudo
Já ouviu a expressão “tapar o Sol com a peneira?” É isso que Davi tentava fazer. O mesmo que Adão e Eva tentaram no princípio.
Como Davi imaginava fazer para que ninguém suspeitasse de que o filho que nasceria de Bate Seba não era dele? A idéia que ele teve foi rapidamente chamar Urias, o marido dela, para falar com ele. Então ele iria a sua casa, ficaria com sua esposa, e quando o bebê nascesse, todos pensariam que era filho de Urias. Naqueles tempos ninguém sequer imaginava os recursos dos atuais exames de DNA.
Mas Urias não foi dormir com a esposa. E os dias se passavam, o tempo corria. Isso significa dizer, quanto mais o tempo passasse, mais complicava explicar o tempo de nove meses para a mulher ganhar um bebê de Urias. O tempo trabalhava contra Davi, e ele se enrolava cada vez mais na tentativa de encobrir por sua conta o ato mal feito.
Então Davi criou rápido uma forma de matar Urias. Assim ele mesmo se casaria com Bate Seba, e o bebê que nascesse seria aparentemente legítimo. Para parecer legítimo, quem sabe, seria só retardar a notícia do nascimento em algumas semanas, embora isto fosse mais uma mentira. Humanamente pensando, seria uma saída para ninguém descobrir, se bem que algumas pessoas achegadas ao rei, aquelas que trouxeram Bate Seba, sabiam de tudo.
Deu tudo certo. Urias foi morto. Davi toma Bate Seba por esposa. Alivio geral, enfim, humanamente pensando, a crise foi superada. Agora, nascendo o seu filho, todos pensariam que ela o tivesse concebido já sendo esposa de Davi. Era, como já dissemos, só retardar a notícia, escondendo o bebê por uns tempos.
Nesse meio tempo, entra em cena o profeta Natã. Acontece que DEUS, como sempre, viu tudo. E Davi usava o manto real. Assim como foi no caso de Elias e de Elizeu, como já estudamos, também no caso do rei, usar o manto real significava ter sido ungido por DEUS, por meio de profeta. O rei precisava ser corrigido, ou o reino estava em perigo de decair em pecado nacional. Toda organização é influenciada pela sua liderança. Por isso, por exemplo, uma igreja morna significa liderança morna, ou pouco interessada em DEUS, ou afetada pelo mundanismo. Ou, se há líder fiel a       DEUS, também há líder infiel. Nesse caso a casa está dividida na liderança, muitas vezes, pelo líder principal. Essa é uma constatação que se pode observar em todo tipo de organização, seja igreja, seja empresa, seja família, seja de outro tipo. Por esse motivo Davi deveria, além de ser rei, também ser o líder moral da nação. Pelo que ele fez, se desabilitou para as duas coisas, e precisava haver correção. O profeta Natã foi encarregado por DEUS para esta correção. Uma tarefa difícil, pois os profetas sempre foram bastante pobres, humildes e pessoa simples, não muito bem quistas nas altas esferas sociais e do poder político.
Natã elaborou uma estratégia inteligente. Chegou perante o rei como que pedindo conselho para um caso de injustiça. Um homem rico teria levado a cordeirinha de estimação do homem pobre e com ela feito uma festa para um visitante. Então, agora, o que fazer. Davi condenou severamente aquele homem rico, dizendo que deveria devolver quatro cordeirinhos em lugar daquela e também ser morto. Davi ficou furioso com o relato. Natã lhe respondeu que ele era o tal homem, que matara Urias para tomar sua esposa. Davi ficou tão estupefato, tão abatido, que nada mais pôde dizer senão admitir: “pequei contra o Senhor.” Ato contínuo, sem espera alguma, a resposta de DEUS, por Natã foi: “Também o Senhor te perdoou o teu pecado: não morrerás” (ver 2 Sam. 12:1 a 14). O que impressiona são duas coisas: a rapidez como Davi admitiu o seu pecado e se arrependeu, e a rapidez como DEUS perdoou. O que o ser humano tende a fazer é buscar esconder seus pecados. Esse não foi o caso de Davi. Ele tentou esconder e fez coisas horríveis nesse caso, mas quando o profeta o encarou, em nome de DEUS, ele não chegou a pensar duas vezes, de imediato se arrependeu. E é nisso que estava a grandeza desse homem: prontidão para o arrependimento. Por essa disposição que DEUS o tinha em Seu coração, e o classificava sendo segundo o Seu coração.
Qualquer pessoa pode ser segundo o coração de DEUS, se como Davi, se arrepender de tudo assim que se flagrar dos pecados que cometeu.

  1. Terça: Feliz é aquele cujo pecado é coberto...  
Diz a Bíblia: “Bem aventurado aquele cuja iniquidade é perdoada, cujo pecado é coberto” (Sal. 32:1). É muito bom não cometer erros, pois assim não se tem nada a acertar com a justiça. Quando a justiça manda atrás de nós a polícia para nos prender, não somos felizes. Mas, quando envelhecemos, e sabemos que logo iremos morrer para sempre porque não fomos perdoados por DEUS, então temos motivo para sermos infelizes. Muitas pessoas procuram fugas artificiais para esquecer sua situação. O contraditório é que, na verdade, é muito fácil ser perdoado e termos tudo resolvido. Basta aceitar a oferta do perdão de DEUS.
Pecado inconfesso é uma dívida não quitada. A consciência pesada é a cobrança da justiça. A consciência cauterizada é a rejeição do pagamento da dívida. Mas pecado confessado e culpa assumida é a nossa parte para termos o problema da vida resolvido. Da parte de DEUS o perdão está garantido, mas de nossa parte devemos não cauterizar a nossa consciência, e sempre ter o desejo pelo perdão. Disse Davi: “confessei o meu pecado e a minha iniquidade não mais ocultei”. Então ele sentiu alívio. É necessário que confessemos nossos pecados e também que nos arrependamos. Confessar é declarar-se culpado diante de DEUS, e arrepender-se é dar meia volta na direção da vida; é não querer mais cometer aquele pecado. Então, além do perdão, DEUS concederá o Seu ESPÍRITO para que pessoalmente nos fortaleça cada vez mais, a fim de resistirmos às tentações que nos querem fazer cair outra vez naquela velha situação de perdidos.

  1. Quarta: Mais alvo que a neve
Continuando o enfoque de ontem, hoje se aborda as vestes de uma pessoa impura e as de uma pessoa que se entregou a JESUS. Na Bíblia as vestes refletem o caráter, o interior da pessoa. Portanto, se o íntimo de uma pessoa é iníquo, a sua mente determinará vestes de iniquidade. Por exemplo, uma pessoa que vende o corpo dificilmente se vestirá do mesmo modo que uma pessoa que cuida de seu corpo como templo do ESPÍRITO SANTO. E uma pessoa que não é zelosa com os princípios cristãos se vestirá conforme o mundo deseja, não conforme DEUS aprova. Um bom caráter se testemunhará por vestuário simples, porém de bom gosto, cuja relação de qualidade e durabilidade seja otimizada.
Davi estava sofrendo com o pecado que cometeu com Bate Seba. Não foi só o fato de ter se deitado com ela, mas uma sucessão de pecados, e cada vez piores. E tem mais: ele era o rei. Ele era o líder da nação. Sabemos pelas pesquisas na ciência da Administração, e também até pela história do povo de Israel, que um povo sempre depende de sua liderança. E a liderança depende do líder maior. Uma igreja é o que são seus líderes, e esses líderes são o que é o seu pastor. É de se observar que uma igreja e sua liderança podem ter se moldado ao longo de anos, e será bem difícil um novo pastor re-moldar em poucos meses, mas é o que tem a fazer, se a igreja estiver apática.
O sofrimento de Davi, como homem pecador, em muito agravado como rei da nação escolhida por DEUS, portanto, em quem todas as demais pessoas na nação se espelhavam, necessitava de tratamento. Ele precisava ser perdoado. E para ser perdoado, precisava reconhecer seu pecado – isto é a confissão. E precisava ainda arrepender-se, isto é, não querer continuar nesse tipo de pecado, e nem de outro tipo. Para isto precisava ser santificado, que é o fortalecimento contra novos pecados.
Mas havia ainda outro complicador. Como se tratava do rei, o líder maior da nação, e como o seu pecado se tornou público, o arrependimento de Davi deveria ser demonstrado ao público. A razão disso é mostrar ao povo todo que essa atitude do rei não servia como exemplo a ser seguido, que ele havia errado e estava admitindo o erro, e dizendo, nessa questão, ‘não façam como eu fiz’. Davi sofreu por vários dias quando a criança nasceu, até à morte dela. Então sim, tudo estava posto no lugar, e Davi readquiriu a sua credibilidade como rei. Mas muita atenção a um ponto: se ele caísse outra vez num erro parecido, essa credibilidade talvez não se recuperasse mais. Foi o que aconteceu com Saul. Esse rei caía com frequência no mesmo erro, a ponto de nem ele mais sentir vontade de se arrepender, como foi no caso do ódio contra Davi. Ele era do tipo reincidente, e isso cria uma situação de cauterização da consciência, por meio da familiaridade com o mal.
Então, pecado perdoado, o que DEUS faz? Ele mostra a todos que aquela pessoa agora é pura, que está de acordo com a cidadania celeste. Ele veste a pessoa com vestimentas brancas, muito brancas, como a neve. Assim fica explícito que por dentro a pessoa é pura do mesmo modo como suas vestes são por fora. O pecado foi coberto, o que quer dizer, perdoado, e a pessoa foi transformada; tem, portanto, o direito de se vestir como cidadã do Reino de DEUS.

  1. Quinta: No abrigo de suas asas
Ser purificado significa duas coisas: ser perdoado com o apagamento do registro do pecado no livro celeste, e ter a mente mudada. De nada adiantaria apenas o perdão se a mente desejasse continuar pecando. E de nada adiantaria a mente não pecar mais se não houvesse o perdão. Uma pessoa que DEUS purificou, portanto, não tem no seu registro celeste o texto correspondente ao seu pecado; isso foi apagado. E ela ingressa numa nova vida. Ela não quer mais praticar aquele pecado. Entenda bem esse ponto: ela não quer mais pecar; é bem diferente de ela ainda sente o desejo de pecar. Esse desejo vai continuar, às vezes, por um bom tempo. Então, como no dilema de Paulo (Rom. 7:20), estamos numa luta contra a nossa própria natureza, nossa experiência anterior, nossos gostos e desejos, nossa vontade. Tudo isso, em muitos aspectos, se torna numa ameaça à nossa vida eterna. É porque somos pecadores – e um pecador não gosta de fazer o bem; gosta de fazer o mal. Assim sendo, grande parte de nossa experiência de vida é para nós um risco de perda da vida eterna. Logo, como ensina a lição de hoje, precisamos da proteção divina.
Proteção contra o quê? Contra nós mesmos, contra o que somos, e contra as ameaças externas (muitos dos amigos, as coisas do ambiente, etc.), que nesse mundo se tornam cada vez mais sutis e atraentes. Mas, de novo, essas coisas externas são escolhidas ou não, pelo que nós mesmos desejamos – os nossos gostos e inclinações. Portanto, em última instância, DEUS precisa proteger-nos do que nós mesmos somos.
É aí que entra o estudo de hoje: a proteção sob as asas de DEUS. Isso é figurativo, não é físico, pois DEUS não tem asas. Vem da comparação com a grande águia. Como sabemos, uma águia pode ter uma envergadura de até três metros em suas asas. E elas são poderosas. A águia consegue subir às alturas muito rapidamente, e consegue voar em grande velocidade. Ela consegue carregar peso, voando com aquelas asas. E é com elas que essa ave protege seus filhotes. Esses filhotes sentem-se protegidos com uma mãe com asas tão poderosas, capazes de socorrê-los em emergências. A águia também consegue dobrar essas asas de modos diferentes, para dar mergulhos em alta velocidade, por exemplo, podendo abri-las de imediato para tomar altura outra vez carregando algum peso nas garras de seus pés.
A proteção de DEUS é contra o nosso passado que tende a projetar um futuro mortal. Nós, depois de termos nossos pecados perdoados, precisamos dessa proteção enquanto durar o processo de transformação, para que aquelas ameaças não nos derrubem outra vez. Mas não brinquemos: se não pedirmos para lutar contra a nossa própria natureza, então nada mudará em nossa vida.

  1. Aplicação do estudo Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:
Minha mãe, há uns 18 anos atrás, quando ia visitar uns parentes no interior, caiu e quebrou o tornozelo. Ela escorregou num barranco à beira de uma estrada de chão, e ficou ali fora do alcance da vista das pessoas. Também não poderia sair sem ajuda, e já estava anoitecendo. Então passou um carro com pessoas que consertam a rede elétrica, e um deles, em pé na caçamba, a avistou, e mandou o motorista parar, e ela foi socorrida. Levaram-na direto ao hospital, pois o pé estava virado. Pois bem, ela de bom grado aceitou o socorro, mas, contraditoriamente, poderia ter rejeitado. Então ela não seria socorrida, se os homens atendessem o desejo, e ela talvez morresse ali, de frio, durante a noite.
Quando alguém quer nos socorrer em algum acidente ou problema de saúde, via de regra, aceitamos. Mas na maioria dos casos, quando alguém vem para nos socorrer em alguma situação espiritual de grave perigo, via de regra o ser humano rejeita. E assim morre para sempre.
Davi cometera pecado grave, aliás, como sempre acontece, foi uma sucessão de pecados, e cada vez piores. Envolveu suborno e morte. Mas quando Natã veio para o advertir, ele, ao contrário da tendência humana, de pronto aceitou, e confessou dizendo “pequei contra DEUS”, e sentiu forte desejo de purificação, não importava o preço. É isso que DEUS valoriza nesse homem. DEUS não considerou os pecados de Davi, pois estes poderiam ser perdoados, mas Ele considerou a atitude dele de arrependimento e de repúdio ao passado. O homem obteve o perdão (cancelamento das dívidas) e foi purificado (arrependimento do passado e submissão para ser uma nova criatura). Tudo isso foi possível com ele porque o arrependimento foi sincero, sem fingimento. Porque Davi desejou, DEUS o levantou outra vez para ficar em pé como um digno servo do Reino de DEUS.
É bem fácil pecar, assim como é bem fácil ser perdoado e ser purificado. Mas há uma diferença, pecar é próprio de nossa natureza, porém, o querer arrepender-se é de outra natureza, é espiritual, e vai contra o nosso natural modo de proceder. Mesmo sendo a coisa mais fácil do mundo pedir perdão a DEUS e desejar ser transformdao por Ele, é bem raro isso acontecer porque nós gostamos do pecado, e não queremos largar. Portanto, para sermos salvos, temos que muitas vezes agir contra a nossa natureza e o que nos atrai. Mas, sendo pela salvação, tudo vale – é a diferença entre a vida eterna e a morte eterna.

escrito entre  29/03 e 05/04/2011
revisado em  06/04/2011
corrigido por  Jair Bezerra


Declaração do professor Sikberto R. Marks
O Prof. Sikberto Renaldo Marks orienta-se pelos princípios denominacionais da Igreja Adventista do Sétimo Dia e suas instituições oficiais, crê na condução por parte de CRISTO como o comandante superior da igreja e de Seus servos aqui na Terra. Discorda de todas as publicações, pela internet ou por outros meios, que denigrem a imagem da igreja da Bíblia e em nada contribuem para que pessoas sejam estimuladas ao caminho da salvação. O professor ratifica a sua fé na integralidade da Bíblia como a Palavra de DEUS, e no Espírito de Profecia como um conjunto de orientações seguras à compreensão da vontade de DEUS apresentada por elas. E aceita também a superioridade da Bíblia como a verdade de DEUS e texto acima de todos os demais escritos sobre assuntos religiosos. Entende que há servos sinceros e fiéis de DEUS em todas as igrejas que no final dos tempos se reunirão em um só povo e serão salvos por JESUS em Sua segunda vinda a este mundo.

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